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18 de dezembro de 2008

*opinião - POR TRÁS DOS CONTOS DE FADAS (...) - Vera Márcia

A importância das narrativas
no aprendizado e na elaboração
do autoconhecimento: uma visão junguiana,
sua linguagem simbólica
e o arquétipo do herói


Basta sentarmos diante de um grupo, crianças ou adultos, e começarmos com, "Era uma vez..." que rapidamente o silêncio se faz presente, os olhos atentos brilham e os ouvidos apuradíssimos não nos dão nenhum indício de qualquer "Deficit de Atenção". Isso porque, por meio de reis, rainhas, anões, gigantes, ogros, bruxas ou dragões, saímos do nosso mundo real e entramos num mundo onde tudo é possível.

Neste mundo mágico o que aprendemos não é o saber da sala de aula, o conhecimento teórico, intelectual, mas sim, o saber que nos ensina a lutar contra forças invencíveis, superar nossos medos, buscar nosso conhecimento, enfrentar os desafios, nunca desistir e, dentre tantos outros saberes, a identificar qual a hora certa para agir. Um verdadeiro alimento para nossa alma!

"RAPUNZEL SÁDICA" - imagem do Google

Os contos com suas figuras fantásticas evocam imagens internas em crianças ou adultos; isso porque elas transcendem o campo de visão e o que ela reconhece, nas imagens de mamãe ou papai por exemplo, é seu valor simbólico como: colo, carinho, proteção, segurança, alimento, abandono, frustração etc.

"Assim, ao contarmos um conto é como se estabelecêssemos uma ponte entre as imagens do conto, as nossas de contador e as do mundo interior da criança." Jette Bonaventure. Por essa razão, cada vez que contamos um conto para nossas crianças é como se déssemos a elas e a nós mesmos um presente, pois, nesse momento, bem diferente da agitação do dia-a-dia, podemos praticar a vivência de nosso mundo interior.

(...)
Vera Márcia Gonçalves da Silva Pina
é psicopedagoga clínica e institucional, mestranda em Distúrbios do Desenvolvimento na Universidade Mackenzie e orientadora familiar. Docente dos cursos de Pós-graduação em psicopedagogia do Instituto Sedes Sapientiae e UniABC; coordenadora do Departamento de Pós-graduação em Psicopedagogia e do Instituto Sedes Sapientiae; coordenadora e docente do curso A visão Junguiana dos Contos de Fada sua Linguagem Simbólica e o Arquétipo do Herói; coordenadora de grupos de estudo sobre o tema Contos e Mitos.

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