MESTRE - Paraíba do Forró toca e canta dentro dos ônibus das linhas centrais de JampaValdívia Costa
Da mocidade que estiava o pavilhão da mente
a Vassoura cavalgava diuturnamente
E na caixa que abrumava em água corrente
Ah, que saudade da loucura de antigamente
Ah, que saudade da loucura de antigamente
ninguém sabe, ninguém viu, é mais um demente
teu lugar é na cadeia triste e penitente
obrigado seu sargento ia amuntado no tenente
que saudade de antigamente, da loucura de antigamente
ah, que saudade de antigamente
é no palanque é na TV, ele apenas mente
ninguém sabe, ninguém viu, é mais um demente
teu lugar é na cadeia triste e penitente
obrigado seu sargento e amuntado no tenente
que saudade de antigamente, da loucura de antigamente
Ah, que saudade de antigamente.
Vassoura, citada na música acima, de Mário Filho, foi uma mulher real, da década de 1930, que viveu em João Pessoa (PB). Ela era a mãe de Paraíba do Forró, muito conhecido por andar tocando e cantando dentro dos ônibus das linhas 510, 511, 301, entre outras. Ele é natural de Santa Rita, já é idoso e está precisando de ajuda pra terminar a construção de sua casa. Os ativistas culturais estão se mobilizando por todos os lados e não poderíamos ficar de fora dessa campanha que vai ajudar o artista de rua.
Com o objetivo de tentar o reconhecimento do Mestre da Cultura Popular José Antônio Bandeira, o Paraíba do Forró foi inscrito, em 2008, no Prêmio Mestres da Cultura Popular Humberto de Maracanã, do Ministério da Cultura. Na ocasião foram premiados 90 mestres em todo o Brasil e na Paraíba foram ele e José João da Silva, o Zé do Pife, de Campina Grande.
Os recursos ganhos, R$ 10 mil, foram usados na construção da sua casa, que estava prestes a cair, localizada na rua Dr. Pedrosa, 395, bairro popular em Santa Rita, rua próxima à estação ferroviária. As fotos da antiga casa, assim como as fotos da que está sendo construída encontram-se no site
Literatura de Cordel.
SEMI-PRONTA - casa do músico de rua PB do Forró em construçãoOs recursos não foram suficientes e uma campanha de arrecadação de fundos foi iniciada no último dia 12 de maio para concluir a construção da casa do artista.
Dados bancários:
CAIXA E. FEDERAL, ag. 1914, operação 013, conta 96821-1 (JOSÉ ANTÔNIO BANDEIRA)
Quem se interessar também poderá doar material de construção. A cultura popular, na pessoa do incansável Paraíba do Forró, será também prestigiada, visto que, tendo onde morar decentemente, Paráiba poderá continuar suas apresentações difundindo seu trabalho.
Shows - A campanha também sugere aos administradores públicos da cultura a contratação de Paraíba do Forró para que ele possa se apresentar em escolas, feiras, praças, teatros ou em qualquer espaço. Os recursos dessas apresentações ajudarão nas despesas da conclusão de sua casa.
Esse gesto de solidariedade dará uma oportunidade para prestigiarmos o talento do percussionista citado pelo jornalista João Pimentel, no Rio de Janeiro, na ocasião do lançamento do filme 2000 Nordestes, de Vicente Amorim e David França Mendes, como "um Bob Dylan do sertão na cidade grande".
O artista esteve com sua gaita em programas televisivos nacionais foi documentado por Roberto Berliner, no Som da Rua. Personagem do documentário de Paulo Dantas (A Caminhada de Paraíba do Forró), entrevistado no site
Caverna das Ideias, citado no documentário Engenho das Artes e desde 2004 tem cantado e tocado em dezenas de escolas com o Projeto Cordel, além de tocar no interior dos ônibus de João Pessoa.
Memória - Como filho de Vassoura, uma das mais importantes figuras folclóricas da história da Capital, Paraíba merece atenção. A mãe dele era quem andava montada num cavalo e, empunhando a bandeira brasileira nos desfiles de 7 de setembro, entrava no palácio do governo com seu animal e tinha a simpatia do então governador João Agripino, que chegou a lhe conceder uma pensão.
Isabel Maria Bandeira, como ela bradava, fez história e vive no imaginário popular. Certamente João Agripino teve a sensibilidade de reconhecer os préstimos de uma inusitada defensora da pátria. Ela faleceu em 2000, mas foi lembrada por Flávio Tavares naquele belo quadro da Estação Ciência.
Paraíba do Forró vive, em dificuldades, como todo artista popular no Brasil, porém carrega consigo o dom de alegrar as pessoas com sua música e com o seu bom humor. Nossa sociedade precisa despertar para a valorização dos vultos populares, isto é uma questão de justiça, mas também de educação. Só um povo educado reconhece o saber e a grandeza dos veiculadores da alegria e do sent imento, representados por agentes como Paraíba do Forró.
contatos (83): Paraíba do Forró - 8867-0050
esposa D. Terezinha - 8740-6021
Luiza, diretora da ONG Pro Dia Nascer Feliz - 8886-2735
literaturadecordel@bol.com.br
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Colaboração: Kennedy Costa, que recebeu campanha do cordelista e educador Francisco Diniz (83 8862-8587)