Imagem: capturada do Equador das Coisas, da artista Mala Lesbia ("Deer clock with coffee in it") |
Por Valdívia Costa
Seria bom se descobríssemos os significados de todas as coisas e
pessoas. Colocaríamos uma estrelinha de “signo descoberto” e seguiríamos, indicando
para que serve objetos e seres vivos. Veio uma ideia possível... SIGNO =
SIGNIFICADO + SIGNIFICANTE.
O signo, como disse o linguista e filósofo suíço, Ferdinand Saussure, “é
a união do conceito com a imagem acústica”. Seria como unir o mundo das ideias –
significado – e o um não-som material, a impressão psíquica desse som – significante.
Os dois, juntos, formando um signo.
O conceito (ou ideia) é a representação mental de um objeto ou da
realidade social em que nos situamos. Ou seja, o significado é a representação condicionada
pela formação sociocultural que nos cerca desde o berço, conforme Saussure.
Sentido, tudo tem. Nem percebemos tudo muito bem. Mas todas as coisas e
seres vivos produzem significado. Não os entendemos, às vezes. A interpretação
é falha mesmo, assassina o significante e libera milhares de signos... Distrai.
Mas não é verdadeiro.
Noutras palavras, para Saussure, conceito é sinônimo de significado
(plano das ideias), algo como o lado espiritual da palavra, sua contra-parte
inteligível. Em oposição, o significante (plano da expressão) é sua parte
sensível.
Concluindo, o signo linguístico é uma entidade psíquica de duas faces
(significante + significado). Estão intimamente unidas e uma reclama a outra.
Não há significado sem significante. Significar é andar e viver. Acompanhamos o
tempo e sabemos como são os caminhos, os elementos... Até nas entrelinhas. Elas
são as mais retroalimentadas de significados.
Para concluir mesmo, de verdade, vamos ver um exemplo que o filósofo
deu:
(...) quando alguém recebe a impressão psíquica
transmitida pela imagem acústica (ou significante). Graças à ela manifesta-se
fonicamente o signo copo. Essa imagem acústica, de imediato, evoca
psiquicamente a ideia de recipiente utilizado para beber algo. Poderíamos dizer
que aquilo que o falante associa com o significante é o significado vaso. (Fonte:
Dicotomias Saussureanas)
“Eu li algo nas entrelinhas...” Dizem isso sempre que algo fica oculto, muitas vezes uma opressão. Comentam que um signo se escondeu numa
entrelinha e nunca mais retornou. Quem vê-lo saberá do que estou falando.
Longe
de mim querer entender um mestre como Saussure e querer “dissertar” sobre suas
teorias. Só quis atiçar a curiosidade. Quem escreve muito sobre ele são os blogs
Semióticas e O Equador das coisas.
Aprofunde-se neste assunto interessantérrimo, de pirar qualquer
estudioso, ouvindo Aparente Coisa, do Toninho Borbo.
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