Ler é o caminho | Foto e texto: Val da Costa |
Um dos primeiros financiamentos coletivos da Paraíba é para uma boa causa: a literatura.
Reunir a população de uma cidade em torno do tema da literatura ajuda
na (trans)formação de novos leitores para novos escritores? A cidade de
Boqueirão, a 146 quilômetros de João Pessoa, prova que sim. O município realiza a única feira literária,
ininterrupta no Estado há cinco anos. Mais amantes das letras e novos escritores surgiram na cidade com a iniciativa.
Mantida pelo associativismos que move o Interior da Paraíba, a
Associação Boqueirãoense de Escritores (Abes), que tem sede na cidade de
Boqueirão, no Cariri, a Feira trouxe uma novidade este ano, uma “vaquinha
virtual”.
Um dos primeiros financiamentos coletivos realizados no Estado para a
cultura é o crowdfunding desta Feira. Para quem quer investir,
mas não conhece a Flibo, é um evento que prima pela periodicidade e pelo
compromisso de envolver a comunidade local.
Através de projetos realizados com as escolas municipais, públicas e privadas, durante todo o ano
letivo, de março a outubro de todos esses anos, a Abes atrai as crianças e
adolescentes ao projeto "Minha Escola na Flibo". Essas e outras
atividades têm seus custos operacionais e precisam ser mantidos com apoio,
limpeza e organização.
A 5ª Flibo já trabalha com colaboratividade desde a primeira edição,
com muitos voluntários, moradores da cidade que entendem a importância do
evento. Este ano, as atividades são palestras, oficinas, mini-cursos, bate-papo
com autores, lançamentos literários, contações de estórias, teatro de
fantoches, lançamentos literários, "De repente, poesia" e ainda MPB
na Praça. Muita poesia dá o contorno de tudo.
Opinião - Eu fui à Flibo pela primeira vez ano passado e achei lindo...
Ver aqueles 500 jovenzinhos e as criancinhas atravessando a cidade, felizes,
para ir à praça onde o evento começaria, muito tocou minha alma. Há alguns anos
sem me envolver nos movimentos culturais, trabalhando, pude esgotar meu gás
produzindo fotos para as redes do evento.
Saí de lá com a sensação de dever cumprido, mas que tenho que fazer
algo a mais pela Feira. Porque uma coisa bonita como esse envolvimento do
evento com a cidade, com as crianças todas interessadas, bem comportadas e
educadas, toca a gente, sabe? Deixa-nos a sensação de que "nem tudo está
perdido" mesmo!
Ou eu acredito sozinha na leitura como mola propulsora de uma sociedade
transformadora da realidade? Não... antes da minha pessoa vieram os associados da Abes,
a população e os alunos da cidade de Boqueirão, que está plantando sementes. O
que seria de nós sem os sonhos?!
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