29 de março de 2010
VERDE ESPERANÇOSO
DESERTO - É assim que muitos cientistas prevêem o futuro de algumas localidades, como regiões secas, que serão 75% das terras áridas e semi-áridas da América Latina, um quarto da superfície da região. | imagens: (Cariri paraibano) Val da Costa
VALDÍVIA COSTA
Ah, se pudéssemos voltar o tempo e começar a discutir nossos poluentes há, pelo menos, 100 anos atrás. Talvez pudéssemos mudar nossos costumes. Com todas as espécies vivas, do céu, da água e do ar, a gente se acha exclusivo e dominador de tudo, inclusive de algumas dessas vidas. Por não pensarmos nos bichos e nas plantas produzimos uma enorme e excedente quantidade de lixo que começa por entupir vias e termina enojando mares.
O que é difícil e quase impraticável por uma boa parcela da população é desusar, reaprender novas formas de uso e descarte. Apenas usar comedidamente. Lembro que, quando criança, o plástico era artigo desusado. Meu pai trazia a feira em sacolas de panos de açúcar grandes, que viravam panos de prato ou de chão, por isso eram a febre.
Só bastava esse hábito ter ficado em nossas vidas para reduzirmos, acredito, uns 50% do nosso lixo, composto a sua maior parte por sacos. Hoje, pra se reeducar um monstro comedor de sacolas de supermercado, é preciso mais do que "incentivos visuais". Algumas cidades já ameaçam o dono do supermercado a usar a sacola de pano com multas. E dá certo. Mas não são todas as cidades que seguem esse bom exemplo. E o calor aumentando.
Com tanto uso de outros milhares de poluentes, como o desodorante diário e até os gases dos bois pastando, a Terra esquentou demais este ano. O Verão mais quente dos últimos anos em alguns estados brasileiros. E haja catástrofes naturais, tsunamis e vulcões dizendo "surpesa! ainda estou ativo!". Por falar nisso tudo, não se fala em nada disso!
Até Copenhague silenciou. Ministro Carlos Minc diz que o acordo é melhor do que zero absoluto. Será? O "Acordo de Copenhague", documento firmado por Estados Unidos, China, Brasil, Índia e África do Sul, recusado ano passado pelo plenário da 15ª Conferência das Nações Unidas (COP-15), simbolizou o fracasso de duas semanas de negociações diplomáticas entre os 192 países participantes.
A organização climática global WWF estava preocupada com a desobrigatoriedade sobre os compromissos assumidos, "uma brecha entre a retórica e a realidade poderá custar milhões de vidas, bilhões de dólares e uma grande quantidade de oportunidades perdidas", afirmou Kim Carstensen, diretor da WWF.
Desertificação - Como uma das consequências de estarmos num mundo cada vez mais quente e inóspito, entupido, sobrecarregado, esfumaçado, a desertificação será a realidade de milhões de pessoas. Um relatório da Universidade das Nações Unidas (UNU) revela que até 50 milhões de pessoas terão de migrar nos próximos 10 anos por causa da desertificação na África Subsaariana e na Ásia Central.
América Latina - O relatório da UNU aponta que a desertificação ameaça 75% das terras áridas e semi-áridas da América Latina. Os pesquisadores criticam a forma de se fazer política, "estadualizada, limitada, de resultados que poderiam ser alcançados se a política fosse feita em coletivo".
Mudanças climáticas - O estudo estima que, no mundo, um terço da população já seria vítima potencial dos efeitos da desertificação, que leva à degradação das terras, tornando-as improdutivas. Para os estudiosos, "as alterações do clima estão fazendo da desertificação o maior desafio ambiental dos nossos tempos". Aconselha-se o reflorestamento, uso da energia solar e incentivo ao ecoturismo.
A Conferência - Essas e outras questões serão tratadas de 26 a 29 de maio de 2010, em Olinda-PE. Centenas de pesquisadores estarão reunidos na realização da Conferência da Terra - Fórum Internacional do Meio Ambiente. O evento vai apresentar as conquistas na qualidade socioambiental e principais medidas adotadas para controle e redução dos impactos socioambientais.
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colaboração: BBC Brasil
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2 comentários:
Acho q falta uma maior divulgação nesses dados para q a população entre em alerta. A coisa tá ficando feia a cada ano. Os cientistas estão preocupados com a situação.
"E aqui em baixo a indefinição é o regime" vamp q vamo!!!
Valeu Nega! Um texto super legal.
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