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20 de fevereiro de 2008

*documentário* REPRISE DOS BALÕES DE 74, AMANHÃ (21), ARTE E MÍDIA (UFCG)


Para quem perdeu o ótimo videodocumentário BALÕES DE 74 nas três apresentações, a produção campinense da gema será exibida amanhã (21), na Unidade Acadêmica de Arte e Mídia (Antigo Dart) da UFCG, às 10h00. O diretor Luciano Mariz e grande ficha técnica reconstruíram uma tragédia que deixou Campina Grande em pânico por dias. Um cilindro de gás explodiu no bairro do José Pinheiro, matou seis crianças e feriu várias outras. O filme será exibido gratuitamente como parte da 7a Semana de Arte e Mídia.

história do doc
Foi através de uma pesquisa de rotina nos arquivos do Diário da Borborema, em novembro de 2006, que o produtor Luciano Mariz encontrou aquilo que seria o “estopim” para acender uma de suas mais interessantes produções, "Os balões de 74".

De acordo com o produtor, a notícia de primeira página do dia 27 de Dezembro de 1974, assinada pelo jornalista Humberto Lira, com fotos de Nicolau de Castro chamou sua atenção. “Garrafão explode e enluta Campina nas festas natalinas”. A manchete despertou a curiosidade de Luciano. "Esqueci a pesquisa e passei horas buscando saber mais informações sobre o acidente do garrafão no bairro do José Pinheiro”, lembra Luciano.

Uma grande equipe de produção, com mais de 50 integrantes diretos, foi apoiada pelo incentivo cultural e patrocínio de algumas instituições públicas e empresas privadas. Com tudo cuidadosamente planejado, a equipe iniciou as gravações em Boqueirão, no mês de agosto do ano passado. No local, próximo às ruas adjacentes à Catedral, foi montado um parque de diversão para as gravações da parte fictícia do filme.

“Toda figuração selecionada para as gravações foi composta pelos próprios moradores do município e dois atores mirins de Campina Grande. Ver a cidade se movimentando com produções culturais foi bem interessante. O apoio da própria população foi curioso e gratificante”, avalia o produtor.

As entrevistas ocorreram em Campina Grande, Recife e João Pessoa. Além das vítimas, foram entrevistados as testemunhas, o vigário da igreja de São José - que naquele momento havia terminado de celebrar uma missa - os jornalistas da época - Humberto Lira e o repórter fotográfico Nicolau de Castro - e os médicos e enfermeiros que estavam de plantão nos hospitais da cidade no momento da explosão.

“O mais impressionante desta experiência é ver como o acidente marcou todos os entrevistados. Os sobreviventes não possuem somente marcas físicas do acidente, mas também na sua alma, no psicológico de cada um pude perceber a fragilidade emocional”, disse.

Por causa do trauma vivido por todos os envolvidos, Luciano trabalhou consciente da responsabilidade de contar um fato tão delicado como este, buscando na arte uma forma de minimizar a dor, "se é que isto pode ser possível”, como ele ponderou.

Mostrar para a sociedade como se encontram os sobreviventes do acidente do garrafão no bairro do José Pinheiro 33 anos depois do acidente, além de evidenciar o que realmente aconteceu naquele fim de tarde, de 25 de dezembro de 1974, é o grande objetivo da produção.

“Os balões de 74” é mais uma forma de resgate da memória histórica de Campina, coforme Luciano. “Naquela noite não houve festa no José Pinheiro, não se escutou fogos de artifício, apenas uma explosão que marcou pessoas. Me sinto no dever e na obrigação de dar uma satisfação à sociedade sobre essas pessoas”, relatou.

O lançamento do documentário “Os Balões de 74” ocorreu em dezembro do ano passado, no SESC Centro. Mais duas exibições já foram feitas depois do lançamento, uma em Boqueirão e outra no bairro do José Pinheiro. E mais outras virão por aí, aguradem!

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