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13 de junho de 2013

ARTE, PARTE DE MIM

Artes do brasileiro do Piauí, Antônio Amaral, que tem um traço dos mais modernosos que conheço... Uma impressão falsa de estar vendo aquarelas multicoloridas, em contextos surreais, muitas vezes metafóricos. Vejam mais do trabalho deste criativo artista: Setcuia, Orbital Seguinte, Hiperfolium e Issu.
por Valdívia Costa

Sentei na varanda e comecei a divagar sobre a arte, essa necessidade de ser diferente e belo e arrebatador. Por onde quer que a arte se apresente, em qualquer uma de suas linguagens, haverá significantes transformações.

A música, por exemplo, é alicate. Ela extrai de mim os abusos que sofro. Ela penetra suave e dominadoramente no meu cérebro. Chega a mim porque ela me escolhe com toques médicos cotonizados, de quem sabe explorar tecidos repletos de hematomas.

Um dia, ela livrou-me da dor do não ser, do não existir, do não importar para ninguém. Livrou-me do homicídio que estamos propensos a cometer por qualquer bobagem.

Deixem que ela salvem! Dos ratos nonsenses, dos opressores, dos falsos e dos bons demais. Que ela cure tudo, até dor de dente. Música é essa linda linguagem que banha a todos com suas ondas advindas das entrelinhas da vida.

Mas a arte plástica também passa a mão em mim! Gosto dessa safadeza que um visual causa... um frenesi, umas reflexõesinhas, algo como “isso deve ser...”. Ah, a incompletude de uma tela, de uma peça ou de uma simples instalação me comove! Queria tanto compor.

Depois de montar uma suposta peça artística de cera poderia filmá-la. Colocá-la num patamar com fundo pro céu... rodar com ela pela casa, feito uma louca feliz e livre da culpa, para sempre. A sonoplastia seriam gargalhadas... ou então falas soltas, como no cinema moderno, documental...

Nem precisaria de atores, mas eu os chamaria. Os colocaria para dançar. Ao som dos celulares, aqueles fones imprensadinhos, abafados, mecanizados... assistiria uma esquete sobre qualquer assunto desses que valem a pena teatralizar. A condição humana, a nossa cultura e o que faremos ao fim do mundo se tornariam elementos do roteiro da peça.

Roteiro este iniciado aqui, com a conhecida sensação de catarse que a arte provoca nos seres humanos. Para não falarem que eu esqueci dos honrosos livros, Caetano concluirá com essa humilde tentativa de elevar letras...