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27 de outubro de 2014

FINANCIAMENTO COLETIVO PARA 5ª FLIBO

Ler é o caminho | Foto e texto: Val da Costa

Um dos primeiros financiamentos coletivos da Paraíba é para uma boa causa: a literatura.

Reunir a população de uma cidade em torno do tema da literatura ajuda na (trans)formação de novos leitores para novos escritores? A cidade de Boqueirão, a 146 quilômetros de João Pessoa, prova que sim. O município realiza a única feira literária, ininterrupta no Estado há cinco anos. Mais amantes das letras e novos escritores surgiram na cidade com a iniciativa.

Mantida pelo associativismos que move o Interior da Paraíba, a Associação Boqueirãoense de Escritores (Abes), que tem sede na cidade de Boqueirão, no Cariri, a Feira trouxe uma novidade este ano, uma “vaquinha virtual”.

Um dos primeiros financiamentos coletivos realizados no Estado para a cultura é o crowdfunding desta Feira. Para quem quer investir, mas não conhece a Flibo, é um evento que prima pela periodicidade e pelo compromisso de envolver a comunidade local.

Através de projetos realizados com as escolas municipais, públicas e privadas, durante todo o ano letivo, de março a outubro de todos esses anos, a Abes atrai as crianças e adolescentes ao projeto "Minha Escola na Flibo". Essas e outras atividades têm seus custos operacionais e precisam ser mantidos com apoio, limpeza e organização.

A 5ª Flibo já trabalha com colaboratividade desde a primeira edição, com muitos voluntários, moradores da cidade que entendem a importância do evento. Este ano, as atividades são palestras, oficinas, mini-cursos, bate-papo com autores, lançamentos literários, contações de estórias, teatro de fantoches, lançamentos literários, "De repente, poesia" e ainda MPB na Praça. Muita poesia dá o contorno de tudo.

Opinião - Eu fui à Flibo pela primeira vez ano passado e achei lindo... Ver aqueles 500 jovenzinhos e as criancinhas atravessando a cidade, felizes, para ir à praça onde o evento começaria, muito tocou minha alma. Há alguns anos sem me envolver nos movimentos culturais, trabalhando, pude esgotar meu gás produzindo fotos para as redes do evento.

Saí de lá com a sensação de dever cumprido, mas que tenho que fazer algo a mais pela Feira. Porque uma coisa bonita como esse envolvimento do evento com a cidade, com as crianças todas interessadas, bem comportadas e educadas, toca a gente, sabe? Deixa-nos a sensação de que "nem tudo está perdido" mesmo!

Ou eu acredito sozinha na leitura como mola propulsora de uma sociedade transformadora da realidade? Não... antes da minha pessoa vieram os associados da Abes, a população e os alunos da cidade de Boqueirão, que está plantando sementes. O que seria de nós sem os sonhos?!