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31 de maio de 2008

*música* MAKIN OF DA CABRUÊRA NO SOM BRASIL GONZAGÃO




A apresentação da paraibana Cabruêra no programa Som Brasil Gomzagão, da rede Globo de televisão, foi um sucesso. Entre artistas nacionais, a banda não deixou a desejar, mostrando os sons que o Velho Lua difundiu pelo mundo e deixou como legado para as gerações atuais.

VAJAM O MAKING OF DO PROGRAMA

17 de maio de 2008

*música* CABRUÊRA NO SOM BRASIL É DIA 30


ATUANTE - Dez ininterrúptos anos depois, a Cabruêra quer lançar CD e DVD novos

Dentre tantos outros nomes nordestinos que poderiam interpretar Luiz Gonzaga, o programa Som Brasil escolheu a paraibana Cabruêra. No dia 30 deste mês, Arthur, Pablo, Esmeraldo, Edy e Léo apresentarão interpretações das letras do Velho Lua em rede nacional. Mais que uma vitrine para a banda, é o apadrinhamento de um mestre da música popular com afilhados que desdobraram essa arte em outra, a universal.

Este ano, a banda faz dez anos e vai pela décima vez para a Europa. Em paralelo, mais um CD está sendo elaborado, com patrocínio da Petrobras Cultural. Ainda em 2008, a Cabruêra pretende lançar o primeiro DVD. A idéia é gravar os shows de comemoração dos dez anos e criar um DVD com imagens das turnês internacionais.

Hoje o som da Cabruêra já passou por dezenas de países em quase todos os continentes. Mais de dez trabalhos gravados depois, o grupo se projeta no mercado internacional. Além desta participação no Som Brasil, já vimos os paraibanos nos principais programas televisivos, como Jô Soares, até mídias especialistas em música, como o MTV e a revista Rolling Stones.

Vejam entrevista recente da banda com Pedro Daniel, do site O Informativo.

6 de maio de 2008

*publicidade* TONINHO BORBO - myspace com seleção de ótimas músicas

Cinco músicas do novo CD de Toninho já estão disponíveis para baixar em seu myspace. Enquanto ouve o artista, pesquise. Você é privilegiado por estar numa sala harmoniosa de gostos e ritmos, então, aproveita!


O myspace de Toninho Borbo é um hall confortável de ótimos músicos. Nacionais, internacionais, alienígenas... tudo o que há em atualidade sonora ou em qualidade artística.

Para pesquisar, você entra na página de Toninho e viaja nas vinte e quatro janelinhas de sons diferenciados. Gente que parece com gente daqui ou que é muito bom para o exterior do país e desconhecido para nós, está lá.


5 de maio de 2008

*Coluna* VAL DA COSTA - A maconha volta à tona


MARCHA VIRA ATO NO RJ

A maconha volta à tona
Em desfavor da Marcha da Maconha, os jornais aproveitaram o velho gancho da ilegalidade - visto que muita gente da Lei quis opinar - para barrar a marcha, o que conseguiram. Do outro lado das acusações de estarem fazendo apologia à maconha, os organizadores rapidamente mudaram o nome do evento, já que este era o “maior problema” apontado pela Justiça, que proibiu milhares de canabieiros de se manifestar.

Repressão aos direitos
A prova mais contundente de repressão aos direitos humanos foi praticada na Paraíba, onde o evento, renomeado Marcha pela Democracia, foi interditado por uma liminar do MP. Parece que as preliminares do que seria uma “discussão pública sobre o tema maconha” serviu apenas para expor o espetáculo particular da Polícia Militar. Mas se o problema era o nome da marcha, o que ocasionou a proibição dela?

Liberdade... onde?
É garantido pela nossa Constituição a liberdade de expressão. Mas como exercer esta difícil conquista democrática se à um simples “pedido” de diálogo com a sociedade, a Justiça intervém e deturpa tudo? Por certo os promotores que impetraram a liminar esperavam baseados gigantes ou o domínio da marcha pelos traficantes, que poderiam fazer uma “lavagem cerebral” em quem não fuma maconha para viciar e vender.

Bicho papão lombroso
A maconha ainda é vista por muitos como um verdadeiro bicho papão lombroso. É uma questão de saúde pública, concordo, pois a ida à famosa “boca de fumo” realmente faz o usuário estar em contato com drogas degradantes, como o crack. Mas dizer que a maconha deixa a pessoa retardado, doido e que só é usada por bandido, é balela!

E se os cachaceiros fossem criminalizados?
Na contramão da chapação, me pergunto: e se fosse o álcool proibido? Será que quem consome constantemente bebidas não se manifestaria em prol de uma alternativa de “abstração”? E olha que o consumo do álcool mata.

Tráfico, a única saída
Querendo ou não, o tráfico vai continuar sendo sustentado pelos usuários, que não deixarão de fumar maconha, não por isso. Veja a que ponto chegam os usuários: correm risco de morte para comprar um baseado. E são muitos procurando um dos entorpecentes mais vendidos em todo o mundo. Ilegal ou legalmente... Ou seja, quem quer saber disso? “Logo o assunto volta à escuridão da geladeira midiática”, pensam os conformistas.

VAL DA COSTA é jornalista e especialista em Comunicaçao e Educação (UEPB).

*Opinião* FERNANDA SOUZA - O tiro pela culatra



MARCHA - enquanto não houve na Paraíba... no RJ, será que foi apologia à maconha???

É engraçado como as autoridades continuam inaptas para conviver e dialogar com as diferenças, sacrificando o debate e colocando apenas mais lenha na fogueira em torno de questões polêmicas como no da descriminalização da maconha.

Na maioria dos estados, a exemplo do que ocorreu na Paraíba, o Ministério Público entrou com ação para impedir a Marcha da Maconha. O evento previsto para acontecer ontem em João Pessoa certamente não teria recebido tantos holofotes caso fosse realizado da forma como estava programada inicialmente.

Mas em nome da “moral e dos bons costumes”, as proibições legais acabaram despertando na população reações que foram do revanchismo à curiosidade; mas não passaram por discussões sérias. Com o intuito de evitar o que talvez se restringisse a um passeiozinho pela orla – afinal nem todo mundo que usa a droga tem coragem ou necessidade para fazer declarações públicas – virou a Marcha da Democracia.

E quem será capaz de proibir, bramir ou se posicionar contrário a um movimento pela democracia, ainda que mobilizado pelos defensores da legalização da Cannabis Sativa?
Ninguém.

Porque quem reagiu foi na verdade, indiretamente responsável pela mudança de nome da marcha (mas não do seu objetivo) garantindo sua realização. E, em segundo lugar, porque se assim o fizessem, teríamos a retomada explícita de práticas ditatoriais. E uma manifestação pacífica que contou com pouco mais de 100 pessoas, poderia ganhar adesão comparável à histórica Passeata dos Cem Mil.

FERNANDA SOUZA é jornalista, especialista em Comunicação e Educação (UEPB) e editora do Correio da Paraíba.

2 de maio de 2008

*música* ANÔNIMO - Histórias de Canhoto da Paraíba


CANHOTO - "mesmo sendo assim, ele tocava como ninguém"

Se a escola de violões é a melhor do mundo, Francisco Soares de Araújo, o Canhoto da Paraíba, é um dos mais surpreendentes expoentes. Seus choros têm um sotaque nordestino delicioso. Seu estilo de tocar é único. Como era obrigado a compartilhar o instrumento com os irmãos, não podia inverter as cordas, o que o fez tocar em um instrumento afinado para destros. O pai não conseguia ensinar-lhe: "Ih, meu filho, tem jeito não. Pra lhe ensinar tem que botá de cabeça pra baixo ou diante de um espelho". Teve que aprender tudo sozinho.

Em 1959, uma legendária excursão de músicos nordestinos viajou dias de jipe com destino à casa de Jacob do Bandolim no bairro de Jacarepaguá no Rio de Janeiro, onde aconteciam os maiores saraus da época. Reza a lenda, que no primeiro sarau em que se apresentaram para a nata dos músicos brasileiros, Radamés Ganttali ficou tão impressinado que gritou um palavrão e jogou seu copo de cerveja no teto. Para recordar o momento, Jacob nunca limpou a mancha no teto. Considerando o temperamento explosivo de Radamés e o virtuosimo de Canhoto, a história até é factível, pena que parece que é falsa. Histórias saborosas assim todo mundo deveria acreditar. O fato é que esta reunião foi tão impactante, que um moleque que a assistiu, filho de um dos músicos participantes, resolveu por causa disso aprender música. Hoje ele é conhecido como Paulinho da Viola.

Estabelecido em Recife, desde 1958, somente dez anos depois, Canhoto da Paraíba conseguiu gravar seu segundo disco, "Único Amor", pela finada gravadora Rozenblit. Este disco é o que está sendo agora relançado em CD, com apoio de João Florentino, dono da rede de lojas Aky Discos e do selo Polysom. Entre tantos ótimos violonistas na cidade na época, Canhoto surpreendeu na escolha de quem iria acompanhá-lo. Escolheu o jovem Henrique Annes, de 22 anos e formação clássica. Francisco Soares sabia das coisas.

Henrique veio a se tornar um dos maiores violonistas brasileiros, e fez parte de alguns dos mais interessantes projetos instrumentais, como a Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco (que tem um maravilhoso disco relançado em CD) e lidera o grupo Oficina de Cordas. Se achou esta dupla pouco, é que ainda não sabe quem foi o produtor musical do disco. Nada menos do que o maestro Nelson Ferreira, o maior maestro/orquestrador de frevos que já existiu.

Canhoto veio a gravar apenas mais dois discos de carreira, ambos antológicos. Em 77, Paulinho da Viola produziu para a Discos Marcus Pereira o "Com mais de Mil". Esse disco já foi lançado em CD, mas os babacas da EMI trataram de tirar de catálogo quando compraram o acervo da Copacabana. Pela finada Caju Music gravou em 1993, seu último disco, "Pisando em Brasa", com as participações especiais de Rafael Rabello e Paulinho da Viola. Ainda pode-se encontrar este disco em CD pela Kuarup. Recentemente saiu em CD sua entrevista para o programa Ensaio da TV Cultura. Em 1999, Canhoto sofre uma isquemia cerebral e fica com o lado esquerdo do corpo paralizado, impossibilitando-o de tocar.

Se você não tá levando fé no que estou escrevendo -- Ora, como um violonista que quase ninguém ouviu falar pode ser tão bom? -- vou transcrever aqui a opinião de duas pessoas que entendem muito mais de música do que eu. Uma é do Paulinho da Viola, que não só produziu seu primeiro disco, como rodou o país com Canhoto pelo Projeto Pixinguinha. Paulinho dizia que era comum Chico Soares roubar o show, sendo muito mais aplaudido do que ele. Paulinho também gravou em seu primeiro disco de 1971 o belíssimo choro "Abraçando Chico Soares", que fez no estilo de composição do amigo. Veja o que Paulinho diz sobre ele:

"Eu não queria participar daquelas rodas (de choro) como músico. Quando vi o Canhoto tocar fiquei tão entusiasmado que me toquei. Era tão sublime, tão tecnicamente perfeito. Acho que o Canhoto me influenciou a tocar, mais do que meu pai e Jacob (do Bandolim)."
Paulinho da Viola

Quer mais? Então veja este trecho de entrevista de um dos mais perfeccionistas músicos brasileiros, Jacob do Bandolim. Ele está mostrando uma gravação e falando de 1959, quando recebeu a excursão de músicos nordestinos em sua casa. Veja que ele se refere a Canhoto por seu apelido de "Sacristão", que ganhou quando criança como assistente do padre de sua cidade. Fala aí, Jacob:

"... O problema aqui nesta gravação do Chico Soares reside apenas em que vocês pra executarem estas músicas gravadas, vocês vão virar canhotos de uma hora para outra. E só assim, porque o homem tem o diabo no corpo. ... Nós vivíamos a correr de um lado para outro, a tocar para uns, para outros, e todos queriam conhecer o Sacristão, que aliás era o vedete do grupo. E observe bem que você não vai encontrar qualquer erro da parte dele. Quero afirmar a você, sob palavra, que durante os 15 dias que esse homem permaneceu aqui, em nossa casa em Jacarépaguá, este homem repetiu estas músicas várias vezes, dezenas e dezenas de vezes, em vários lugares, nas condições mais absurdas, sentado confortavelmente ou não, num ambiente agradável ou não..., nas condições mais absurdas. De manhã cedo, às 6h da manhã, ele às vezes me acordava tocando violão. Adormecia tocando violão. Dentro de uma simplicidade tremenda sem errar nem uma nota! Eu nunca vi Sacristão errar uma nota! ... o homem tocava mesmo, não era brincadeira. Os outros tinham suas falhas, suas emoções, suas emotividades, mas o Chico Soares, não. Tocava rindo na minha cara, com um sorriso muito ingênuo de quem não estava fazendo nada de mais. Um artista enterrado lá em Recife ... é digno de toda nossa admiração, de todo nosso respeito, porque ele encarna nesta figura, uma porção de brasileiros que vivem enterrados por estes rincões afora, verdadeiros valores completamente no ostracismo ..."

Jacob do Bandolim

*Autor anônimo