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5 de maio de 2008

*Coluna* VAL DA COSTA - A maconha volta à tona


MARCHA VIRA ATO NO RJ

A maconha volta à tona
Em desfavor da Marcha da Maconha, os jornais aproveitaram o velho gancho da ilegalidade - visto que muita gente da Lei quis opinar - para barrar a marcha, o que conseguiram. Do outro lado das acusações de estarem fazendo apologia à maconha, os organizadores rapidamente mudaram o nome do evento, já que este era o “maior problema” apontado pela Justiça, que proibiu milhares de canabieiros de se manifestar.

Repressão aos direitos
A prova mais contundente de repressão aos direitos humanos foi praticada na Paraíba, onde o evento, renomeado Marcha pela Democracia, foi interditado por uma liminar do MP. Parece que as preliminares do que seria uma “discussão pública sobre o tema maconha” serviu apenas para expor o espetáculo particular da Polícia Militar. Mas se o problema era o nome da marcha, o que ocasionou a proibição dela?

Liberdade... onde?
É garantido pela nossa Constituição a liberdade de expressão. Mas como exercer esta difícil conquista democrática se à um simples “pedido” de diálogo com a sociedade, a Justiça intervém e deturpa tudo? Por certo os promotores que impetraram a liminar esperavam baseados gigantes ou o domínio da marcha pelos traficantes, que poderiam fazer uma “lavagem cerebral” em quem não fuma maconha para viciar e vender.

Bicho papão lombroso
A maconha ainda é vista por muitos como um verdadeiro bicho papão lombroso. É uma questão de saúde pública, concordo, pois a ida à famosa “boca de fumo” realmente faz o usuário estar em contato com drogas degradantes, como o crack. Mas dizer que a maconha deixa a pessoa retardado, doido e que só é usada por bandido, é balela!

E se os cachaceiros fossem criminalizados?
Na contramão da chapação, me pergunto: e se fosse o álcool proibido? Será que quem consome constantemente bebidas não se manifestaria em prol de uma alternativa de “abstração”? E olha que o consumo do álcool mata.

Tráfico, a única saída
Querendo ou não, o tráfico vai continuar sendo sustentado pelos usuários, que não deixarão de fumar maconha, não por isso. Veja a que ponto chegam os usuários: correm risco de morte para comprar um baseado. E são muitos procurando um dos entorpecentes mais vendidos em todo o mundo. Ilegal ou legalmente... Ou seja, quem quer saber disso? “Logo o assunto volta à escuridão da geladeira midiática”, pensam os conformistas.

VAL DA COSTA é jornalista e especialista em Comunicaçao e Educação (UEPB).

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é Val, infelizmente as coisas ainda caminham nas vielas da ignorância.

Enquanto Estado quiser proibir o direito humano de ir e vir sobre si mesmo, ele vai enfrentar o Caos.

Quando se parte pra um estudo antropológico, percebe-se que todas as culturas, todos os povos, em todas as épocas do mundo fizeram uso de substâncias psicoativas. A lei não vai parar o consumo, jamais. É utópico. Infelizmente o tráfico gera catástrofes, tudo por causa de uma lei que como já diz gabriel o pensador "é contra a paz"...

Bruno (Fufa)