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29 de agosto de 2009

*perfil - Mulher despadronizada


CONSCIÊNCIA - Eu me sinto negra por dentro e por fora | imagem: Val da Costa | desenho: Marley Lucena

por Val da Costa

Eu não sigo a moda que a TV prega, acho brega. Eu não acredito em ninguém que o dinheiro compre. Eu não uso chapinha direto. Eu não ando de salto alto sempre e nem por isso me sinto menor do que quem usa. Eu não uso calças padronizadas, etiquetadas e de grife. Eu não compro tudo o que vejo e tenho somente um relógio. Eu não faço coleção de calçados. Eu não compro roupas mensalmente somente pra lotar meus cartões e cheques. Eu não devo mais do que ganho, pois entendo o equilíbrio desta máxima. Eu vou ter um carro por necessidade, não pra fotografar e colocar no Orkut, pois tenho noção do quanto ele irá poluir o meio ambiente com seus gases. Eu vou ter uma casa, mas ela não será meu “sonho de consumo realizado” porque ela é fixa. Eu não gosto de auto-ajuda e sim de filosofia. Eu não vou publicizar o nascimento do meu filho num outdoor porque ele não está à venda. Eu não vou construir uma piscina se eu tenho consciência de que a água do planeta vai acabar. Eu não sou escrava de ninguém e não temo o desemprego por acreditar que trabalho só falta para quem não procura, não tem nada de qualidade e pra quem não é empreendedor. Eu não sirvo a um homem, mas amo um e convivo com ele de forma honesta, justa e harmoniosa. Eu não faço os gostos do meu filho quando ele não merece. Eu não sou parecida com outras mulheres, pois não sigo padrões sociais, profissionais e de consumo. Eu me sinto negra por dentro e por fora. Eu acho que sexualidade deve ser conversada, apesar de concordar que sexo não é política, mas é uma besta selvagem que precisa ser encarada na adolescência.

Apesar de ser assim,
respeito os outros que não são
(nem agem, nem pensam)
como eu.

26 de agosto de 2009

*opinião - Vida, pluralidade e sentimento


"É pior cometer uma injustiça do que sofrê-la, porque quem a comete transforma-se num injusto e quem a sofre não." Sócrates | imagem: Consciência

Por Valdívia Costa

Ao contrário do que você pensa, a vida é plural. Não existe um tipo só de ser vivo na Terra. E se existe mais de uma forma de vida é interessante analisar os modos de viver enquanto espécie humana. Por raciocinar, falar e andar, o homem deveria classificar, comunicar e se locomover sem danos à natureza e aos outros. Mas essas características humanas pouco têm ajudado na evolução natural do planeta.

Elas têm servido muito, mas aos próprios seres humanos, que agora se vêem como detentores do poder de pensar, o que os torna individualistas ao ponto de menosprezarem as relações com pessoas de classes sociais diferenciadas. Em relação aos animais e às plantas, outros seres vivos, a diminuição chega a ser preconceituosa, criada a partir dessa ideia nunca dita, mas reforçada pela falta de defesa, que é o molde de ser superior, imaginado pelo homem materialista, ganancioso e dissimulado.

Somente pelo racioncínio e fala humanas pudemos chegar a esse pensamento universal de diminuição das outras espécies vivas. Além de usarmos a natureza de forma irracional (mesmo sendo racionais), nossos comportamentos e pensamentos, até mesmo em relação a outros seres humanos, não são dignos de serem debatidos tamanha é a falta de uso dessa nossa racionalidade.

É como se o humano enxergasse apenas sua singularidade no mundo. Salvo as experiências pessoais de cada um, a impressão que temos é que pessoas muito parecidas na forma de pensar não conseguem apreender conceitos diferentes dos que essa vida isolada já conseguiu captar.

É natural vermos, muitas vezes, os próprios irmãos de uma mesma família discordarem em pensamentos e atitudes. Se a vida tivesse um sentido plural para todos os membros desse clã, com certeza eles conseguiriam chegar a um entendimento e aceitação do diferente, tão presente no cotidiano.

Como alguns encontraram razões de sobra para serem "felizes" com o dinheiro norteando suas ações e outros nem conseguem sequer se auto-sustentarem financeiramente, evidentemente cada um vai criar o seu discurso de defesa da sua própria maneira de viver. O homem que vê no dinheiro a solução para todos os problemas da sua vida, não vai conseguir se relacionar com quem não tem a mesma filosofia. É uma comunicação de mão única.

Já o que cresceu e vive entendendo o que são necessidades materiais, este poderá seguir dois caminhos: o da pessoa cheia de valores imateriais como argumento de vida pela carência material ou o que perde esses valores de vez e faz da sua vida uma tormenta para ter o que o outro tem e ser o que o outro é.



De uma forma ou de outra, o indivíduo sofre uma compressão mental que o faz optar por estilos de viver. Surgem as nossas diferenças em relação a nós mesmos e em relação a outros tipos de vida. Surgem também as exclusões, os isolamentos e os atritos ideológicos. Um sujeito materialmente formado não vai "perder" seu tempo, que vale dinheiro, numa conversa dessa com um outro tipo de profissional que aparentemente "ganha" menos que ele.

Os valores são relacionados ao suporte material do profissional da atualidade. O ser humano que não tem essa filosofia de vida, testa diversas profissões pela simples abertura que ele tem de se mover por entre elas. Às vezes esse sujeito age dessa forma por tentar sanar o tédio do ofício diário que não se casa ao seu perfil conquistador.

Então notamos que o apego, a aderência, a aceitação e o entendimento de vida nos dará características para sermos ou não plurais ou singulares na vida. Não o singular de ser único, mas o de não ter mais nada à volta que o envolva num ciclo social diferente do seu profissional.

É como ser ímpar e raro no meio de uma multidão que o copia. Ou você copiar um padrão de vida que se intitula superior a outros pela mera ilusão de estar sendo alguém, mas ser ninguém de fato. Isto porque estamos pautando nossa vida por riquezas materiais. A vida humana terrena terá um fim não porque somos existentes e tudo o que for será finalizado. Mas porque nós seremos iguais, no sentido material, devido à globalização midiática, seu poder de consumo e de persuadir massas.

E quando niguém tiver o que fazer além de acumular bens de consumo, valores imateriais como a amizade serão desnecessários. Tudo será pautado pela frieza do raciocínio humano transformado em gancho selecionador das crueldades mais requintadas. Se hoje nosso raciocínio nos permite ainda sentir em situações adversas, amanhã só teremos técnicos, concursados e o pão e o circo, que nunca faltarão como iscas para os mais desorientados.

22 de agosto de 2009

*artes - Novos Festivais de Inverno na PB


Unidade de Proteção Integral - O Parque Estadual da Pedra da Boca está situado no município de Araruna, um dos pontos turísticos da cidade | imagem: Renato Moura

Por Michelle Farias

Cerca de 15 mil pessoas
poderão apreciar a grande
programação cultural do evento


Mais dois festivais de inverno foram criado no Estado da Paraíba e desta vez o cenário é o Curimataú paraibano. Durante três dias a cidade de Araruna, vai receber o 1º Festival de Inverno, a começar por ontem, dia 21, ao próximo domingo, dia 23. o município vai se transformar em um espaço de muita cultura, arte e gastronomia e espera receber um público de cinco mil pessoas por noite.

O outro festival de inverno será criado no território a partir da próxima segunda-feira, dia 24. Dessa vez será a cidade de Cuité que terá o seu evento também até a próxima sexta-feira, dia 28. O Sebrae apoiou os dois eventos através do projeto de Turismo Integrado do Curimataú e Seridó.

Ontem à noite, a apresentação de grupos folclóricos, banda de música e um recital do repentista e poeta Oliveira de Panelas deu o ponta-pé inicial ao evento. Para encerrar a programação do primeiro dia de festa houve show do cantor paraibano Flávio José. Dando continuidade a programação, durante os dias seguintes do festival haverá teatro, exposições, oficinas, palestras, danças, artes plásticas e comidas típicas da região.

O 1° Festival de Inverno de Araruna é realizado pela prefeitura municipal e recebe o apoio do Sebrae, Governo do Estado e grupos de produção cultural de Araruna e da região. A festa tem como objetivo projetar o município apresentando seu potencial cultural para desenvolver o turismo.

Mais cultura – No estande do Sebrae do festival de Araruna, as associações de artesãos e outras mostrarão seus produtos. “A oportunidade de se ter esses dois eventos funcionando um em seguida ao outro é essencial para quem está visitando o Curimataú paraibano e poder apreciar nossa cultura local”, enfatizou o gestor do projeto de Turismo, Tiago Jatobá.

Programação

SEXTA-FEIRA (21) – 19h00 - Praça João Pessoa - Apresentação Grupo Reviver (Boi de Rei) - Apresentação Grupo Folclórico Nova Inspiração de Araruna - Apresentação do Grupo de Dança do Colégio da Luz - Apresentação de Violeiros: Poeta Davi Nogueira
19h00 - Praça Rio Branco
19h30 - Praça Rio Branco - Recital com o Poeta Jairo Lima de Araruna
21h00 – Praça João Pessoa - Show voz e violão – Gilberto - Apresentação da Banda de Música de Araruna 12 de agosto/Sargento Alcides Nobre
22h00 – Praça João Pessoa - Apresentação do Repentista Oliveira de Panelas
24h00 – Praça João Pessoa - Show do Cantor forrozeiro Flávio José
3h00 – Praça João Pessoa - Show do Artista da terra Fábio Lima (Preto)

SÁBADO (22) - 19h00 – Praça João Pessoa - Apresentação Grupo Folclórico de Julieta
Praça Rio Branco - Show voz e violão – Adeilson Nascimento
20h00 - Praça Rio Branco - Show de Claudino & Forrozão Asa Morena
22h00 – Praça João Pessoa - Apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba
23h00 – Praça João Pessoa - Forrozão Impacto
24h00 – Praça João Pessoa - Show da Banda Capim Cubano
3h00 – Praça João Pessoa - Show do artista da terra Novinho dos Teclados

DOMINGO (23) - 14h00 – Praça João Pessoa Apresentação de Capoeira
15h00 - Praça João Pessoa - Apresentação do Grupo de Dança da Inclusão Social
Praça João Pessoa - Tradicional Cavalhada Exposição acervo da subsecretaria de cultura da PB Exposição de Artesanato de Araruna e da Paraíba
19h00 - Escola Municipal João Alves Torres - Palestra sobre Saúde Alimentar
20h00 - Escola M. João Alves Torres - Apresentação Peça Teatral: O filho do Jeca Tatu
21h00 - Escola Municipal João Alves Torres - Recital de Poemas
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Fonte: Sebrae Paraíba

21 de agosto de 2009

*literatura - 2ª Bienal do Livro de Sousa-PB


(...) O livro dançava por entre livros excitados / Perambulava / Perlustrava / Este inédito espaço / Bibliófilo / Talvez fosse ali o palco / Das antecipações / A prometer novas delícias (...) Luiz Fernando de Carvalho | imagem: Charguinho (imagens)

Por Michelle Farias

Levar para a população sertaneja exposições, shows, narração de histórias e muita cultura. Esse é o objetivo da 2ª Bienal do Livro e da Cultura do Sertão Paraibano que acontece amanhã e sexta-feira, dias 20 e 21, na cidade de Sousa, privilegiada em relação à literatura. A Academia Sousense de Poesia vai homenagear 17 escritores.

A organização do evento espera receber cerca de mil pessoas por dia no Centro Cultural Banco do Nordeste onde acontecerá a Bienal. Todos os eventos são gratuitos e abertos para quem se interessar.

Segundo o organizador do evento, Gustavo Bamasceno, o principal objetivo da Bienal é divulgar e difundir a cultura local e regional para a população. “Nossa principal intenção é levar informação cultural e mostrar que a cultura está ao alcance de todos”, comentou.

O número de interessados por literatura aumentou bastantes em relação à edição passada da Bienal. Um exemplo é a grande procura pela oficina de poesia que está será oferecida, conforme Gustavo.

Na sexta-feira haverá a entrega da Comenda Padre Ibiapina quando 50 pessoas que contribuíram com a cultura sertaneja serão agraciados. Um dos homenageados será o gerente do Sebrae de Sousa, Luciano de Holanda.

Encerrando o evento haverá show com o repentista Oliveira de Panelas. A Bienal está sendo organizada pela Aeventos e conta com o apoio do Sebrae e do Banco do Nordeste.
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Fonte: Sebrae Paraíba

16 de agosto de 2009

*filosofia - Campina tem um Largo da Boemia


NOTURNO - o local parece um centro de vivências, cercado de luz e tranquilidade, um espaço diferenciado de tudo o que se viu em termos de bar na cidade

*texto e imagens: Valdívia Costa

Se era pra guardar segredo, não sei. Mas quando se acha um lugar diferente, dá vontade de sair contando pra todo mundo. Quem me apresentou o ambiente como um bar foi o amigo professor Fabrício (Dudu Galena). Quando entrei lá, me deu uma sensação de estar voltando em algumas passagens do tempo. Peças, quadros, piso, movelaria... tudo é retrô, inclusive com um toque ecológico, devido a alguns reciclados. Falo do Largo da Boemia, um espaço que vende bebidas e comidas, mas que serve mesmo para se conversar, ouvir uma excelente música e ver artistas, intelectuais, filósofos de fim de semana etc.



Não tem nome ainda na frente, mas já está funcionando desde o final de junho no centro de Campina Grande. "Pra ser exato, começamos como bar mesmo no dia de São Pedro (29)", lembra o proprietário Walter Tavares. É, o ator. Aquele que chegou a escrever o espetáculo infantil-ecológico "Cumadi Fulozinha não mora mais aqui", montado e apresentado em Campina Grande e no Rio de Janeiro, em 1992.



Dá pra notar que o ambiente é acolhedor e que tem uma constante valorização por gatos. São os mimos da casa. A gente entra, eles já estão lá, sentados ou andando tranquilamente pelo ambiente. "Eram moradores das ruas. Mas agora são domésticos, limpos e felizes", completa Walter. Ele montou uma coleção só com peças gatais. Mas isso não é a marca do lugar. Walter insiste na boemia, no aspecto de "cabaré francês" que ele quis dar ao bar, como o do antigo Cassino Eldorado, da feira central.



Todos os que estão frequentando o Largo da Boemia aprovaram a decoração plural e vasta. "A sala mais desestressante oferece espreguiçadeiras com bancos pra você fumar um cigarro e relaxar", brincou Dudu.



Walter quer movimentar o ambiente com discussões. "A cultura anda calada na cidade. Convido aos artistas a conversarem sobre ela, a formularem seus novos projetos culturais no Largo da Boemia", disse. O empreendedor propaga que, mais do que um drink ou uma bebida, o bar oferece recintos tranquilos e refinados, com livros e revistas pra se folhear.



A visão sempre à frente levou Walter a inverter a ordem de bar comercial para ambiente de conversas. "O lugar nasceu pela mesmice teatral da cidade, que já foi celeiro de artistas e produções, e hoje não vemos mais representatividade teatral", lamenta. Não é só o Largo da Boemia que ele imaginou. Walter projeta fazer algo nos largos das Boninas, com seus prédios de fábricas em estilo "bolo de noiva", da Estação Velha com seu maquinário da era do algodão, e da Pororoca, centralmente localizado na história de Campina Grande.



A arquitetura do Largo da Boemia é eclética, mais voltada ao Art Dèco, comum no centro da cidade. O piso do bar é psicodélico, remete às casas de 1940-50, segundo o empreendedor, que acredita ter deixado com a casa a visão de lucro fácil. "O bar é um lugar de acolhimento. Se ele fizer história, somente em ser comentado, já valeu a pena", explica Walter.



Não é a primeira vez que ele monta um bar. Em 1980 em Olinda (PE), o "Anjo avesso" também foi feito com a mesma filosofia. Envolvido que estava com arte, o dono do negócio desceu a ladeira de Olinda atrás de um bloco e "abandonou" o empreendimento. "Quando voltei não tinha mais ninguém. Tive prejuízo e resolvi voltar ao teatro", complementa.



Para chegar à estrutura abundante de peças artesanais, quadros, máscaras, estátuas, biscuis, louça e outras coisinhas mais, Walter teve que juntar o que ele tinha, com o que a mãe guardava e com o que vai aparecendo. O resultado visual é de cada espaço ser um mundo distante e diferente do outro, de onde você saiu e do que está visualizando e querendo entrar.



"Queria dar uma ideia de cenário. Decorei tudo pelo aprendizado que tenho do teatro. Depois pensei em causar um turbulhão de imagens retratando todas as culturas", explicou Walter. Apesar de muita peça e muita cor, o caos não se instalou. Ao contrário, tudo no bar é organizado e limpo. O sócio de Walter, Diego Lyra, é quem dá mais um tom cordial e amigável ao local.



Das noitadas cariocas, o bar remete a um pouco de cada coisa. Horas você tem a sensação de estar num buteco de Nova Iorque, horas é num do Rio de Janeiro. Jazz e blues tocam direto. O idealizador do local pensa em organizar a parte sonora em dois momentos, um de muita coisa retrô (1940-1980) mecânica e outro do que há de mais atual, ao vivo, num dos salões do bar.



Para se deleitar nas poltronas em estilo clássico colonial, muito bem arrumadas, o cliente pode escolher entre mais de 300 CDs, fora alguns vinis que foram transformados em CDs. Na gastronomia, há também a diferença, com os sanduiches de salame italiano e de carne de sol e no futuro investimento no café com beijú e tapioca. Bebidas tem o trivial, mas vão fazer coquetéis não alcoólicos e bebidas quentes, como o chocolate.



PROJETOS
O Largo da Boemia vai se unir aos principais eventos culturais da cidade, a Nova Consciência, o Festival de Inverno e o Maior São João do Mundo. A ideia é fazer exposições artísticas no bar com temas variados. Como incentivo ao ambiente, Walter quer fazer um desfile-show com trabalho cidadão, voltado para a pesquisa e arte.



Para o mês, o bar já vai trazer uma novidade, a Parede da Fama. Um grande painel onde as pessoas poderão deixar suas mãos como assinaturas. E na Nova Consciência de 2010, a perspectiva é montar uma exposião temática do evento e fazer uma apresentação teatral de bolso, que são pequenas esquetes.



JORNALISTA E ATOR
Walter Tavares possui prêmios e trabalhos que se destacaram na cidade de nacionalmente. Formado em Comunicação Social e como ator/artista, ele começou a carreira cultural em 1980, quando assumiu a assessoria da prefeitura de Campina Grande, trabalhando na montagem do Museu Histórico da cidade. Até o ano passado, Walter trabalhava com assessoria de imprensa, deixando tudo para se dedicar ao empreendimento boêmio.



Desde o início da atuação, ele integrou o grupo de teatro da Universidade Federal da Paraíba do Departamento de Artes (Dart). De 1988 até os dias atuais ele é indicado a prêmios nacionais no Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul e outras cidades nordestinas além de Campina. Em 1997, ele ganhou a menção honrosa do Ministério da Cultura (MinC) pelo trabalho de restauraçao e ampliação do Museu Histórico da Serra da Borborema.



SERVIÇO
O bar funciona de terça a sábado, a partir das 18h00
Rua Epitácio Pessoa, 205, centro
8870-3641 - Walter Tavares
waltinho_tavares@hotmail.com

15 de agosto de 2009

*opinião - Homens que são mulheres

"ANÔNIMOS" - A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens, segundo o médico Drauzio Varella | imagem: F@to Re@l


Por Drauzio Varella*

De todas as discriminações sociais, a mais pérfida é a dirigida contra os travestis. Se fosse possível juntar os preconceitos manifestados contra negros, índios, pobres, homossexuais, garotas de programa, mendigos, gordos, anões, judeus, muçulmanos, orientais e outras minorias que a imaginação mais tacanha fosse capaz de repudiar, a somatória não resvalaria os pés do desprezo virulento que a sociedade manifesta pelos travestis.

Quem são esses jovens travestidos de mulheres fatais, que expõem o corpo com ousadia nas esquinas da noite e na beira das estradas?

Apesar da diversidade que os distingue, todos têm em comum a origem: são filhos das camadas mais pobres da população.
A homossexualidade é tão velha quanto a humanidade, sempre existiu uma minoria de homens e mulheres homossexuais em qualquer classe social; caracteristicamente, no entanto, travestis só aparecem nas famílias humildes.

Na infância, foram meninos com jeito afeminado que, se tivessem nascido entre gente culta e com posses, poderiam ser profissionais liberais, artistas plásticos, empresários, costureiros, atores de sucesso. Mas, como tiveram o infortúnio de vir ao mundo no meio da pobreza e da ignorância, experimentaram toda a sorte de abusos: foram xingados nas ruas, ridicularizados na escola, violentados pelos mais velhos, ouviram cochichos e zombarias por onde passaram, apanharam de pais e irmãos envergonhados.

Em ambiente tão hostil, poucos conseguem concluir os estudos elementares. Na adolescência, com a autoestima rebaixada, despreparados intelectualmente, saem atrás de trabalho. Quem dá emprego para homossexual pobre?

Se para os mais ricos com diploma universitário não é fácil, imagine para eles. O máximo que conseguem é lugar de cozinheiro em botequim, varredor de salão de beleza na periferia ou atividade semelhante sem carteira assinada.

Vivendo nessa condição, o menino aprende com os parceiros de sina que bastará hormônio feminino, maquiagem para esconder a barba, uma saia mínima com bustiê, sapato alto e um bom ponto na avenida para ganhar numa noite mais do que o salário do mês.

Uma vez na rua, todo travesti é considerado marginal perigoso, sem nenhuma chance de provar o contrário. Pode ser preso a qualquer momento, agredido ou assassinado por algum psicopata, que nenhum transeunte moverá um dedo em sua defesa. "Alguma ele deve ter feito para merecer", pensam todos.

Levado para a delegacia irá parar numa cadeia masculina. Como conseguem sobreviver de sainha e bustiê em celas com 20 ou 30 homens, numa situação em que o mais empedernido machão corre perigo, é para mim um dos mistérios da vida no cárcere, talvez o maior deles.

A condição de saúde dos travestis é precária. Não existe um serviço de saúde com endocrinologistas para orientá-los a respeito dos hormônios femininos que tomam por conta própria.

Muitos injetam silicone na face, nas nádegas, nas coxas, mas sem dinheiro para adquirir o de uso médico, fazem-no com silicone industrial comprado em casa de materiais de construção, injetado por pessoas despreparadas, sem qualquer cuidado de higiene. Com o tempo, esse silicone impróprio escorre entre as fibras musculares dando origem a inflamações dolorosas, desfigurantes, difíceis de debelar.

Ainda os portadores do vírus da Aids encontram algum apoio e assistência médica nos centros especializados, locais em que os funcionários estão mais preparados para aceitar a diversidade sexual. Nos hospitais gerais, entretanto, poucos conseguem passar da portaria, barrados pelo preconceito generalizado, praga que não poupa médicos, enfermeiras e pessoal administrativo.

Os hospitais públicos deveriam ser obrigados a criar pelo menos um posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis. Um local em que pudessem ser acolhidos com respeito, para receber orientações sobre uso e complicações de hormônios femininos e silicone industrial, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e práticas de sexo seguro.

A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens, só porque eles decidiram adotar a identidade feminina, direito de qualquer um. Quem somos nós para condená-los?

Que autoritarismo preconceituoso é esse que lhes nega acesso à assistência médica, direito mínimo garantido pela Constituição até para o criminoso mais sanguinário?

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*Médico cancerologista
colaboração: Centro de Estudos Políticos, Econômicos e Culturais (Cepec)

12 de agosto de 2009

*literatura - prêmio Sesc até dia 15


CORAGEM: é o momento do escritor anônimo saltar para fora e entrar na dança de vez | iamgem: O silêncio dos livros

Vou deixar de dizer que não posto informação aqui. Eu posto mesmo. Agora mesmo vou mandar uma que considero importante psra a nossa formação enquanto escritor, o Prêmio Sesc de Literatura. Não me inscrevi ainda... mas vou colocar um livrinho de contos inéditos que tenho. Quem quiser vai ter que correr, as incrições são até o próximo sábado, dia 15, mas já estavam abertas desde maio deste ano. A entrega das obras pode ser feita ainda através dos Correios.

Lançado pelo SESC em 2003, o concurso identifica escritores inéditos, cujos títulos possuam qualidade literária para edição e circulação nacional. Além da divulgação das obras, o prêmio também abre uma porta do mercado editorial aos estreantes, pois os livros vencedores são publicados pela editora Record e distribuídos para toda a rede de bibliotecas e salas de leitura do SESC e SENAC em todo o país.

Podem participar da seleção autores iniciantes, que ainda não tiveram chance de mostrar ao público suas idéias e sua criação. As inscrições para o Prêmio SESC de Literatura são gratuitas e aceitas em todo o Brasil. Basta procurar a unidade mais próxima do SESC na sua cidade.

Cada concorrente pode participar com uma obra nas categorias conto e romance. Os títulos serão submetidos a julgamento de comissões compostas por professores, escritores, jornalistas e críticos literários. A comissão Regional do Nordeste, no ano de 2007, foi sediada na Capital e contou com a presença dos professores Políbio Alves, renomado poeta e escritor paraibano e Hildeberto Barbosa Filho, crítico e professor da UFPB.

O lançamento e as premiações do evento acontecem na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Mais do que oferecer uma oportunidade a novos escritores, o Prêmio SESC cumpre um importante papel na área de cultura, proporcionando uma renovação no panorama editorial brasileiro.

No ano de 2008, as obras premiadas foram “O Momento Mágico” do escritor Márcio Ribeiro Leite e “Mentiras do Rio”, de Sérgio Leo de Almeida. O primeiro é um autor baiano, Médico e Psicoterapeuta, enquanto o segundo é carioca, com formação em Jornalismo e especialização em Relações Internacionais. Ambos tiveram seu debut no mundo literário através da oportunidade lançada pelo SESC e o Prêmio de Literatura.

Locais de inscrições na Paraíba (DDD 83)

SESC Centro João Pessoa - Rua Desembargador Souto Maior 281, Centro.
Fone: 3208-3158

SESC Centro Campina Grande - Rua: Giló Guedes, 650 – Centro
Fone: 3341-5800

SESC Guarabira - Rua José Mauricio da Costa, 290 - São José, Guarabira – PB
CEP:58200-000
Fone/fax: 3271-1601

SESC Patos - Centro Educacional Paulo Martins / Sesc Ler
Rua Natália de Figueiredo, s/n – Morro
Fone/fax: 3421-3514

SESC Sousa - Rua José Facundo de Lira, s/n, Gato Preto, Sousa – PB
Tel: 3522-2828 / fax: 3521-2467

SESC Cajazeiras - Rua: Vitória Bezerra s/nº - São Francisco, Cajazerias - PB
Fone/fax: 3531-0052
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colaboração: assessoria de imprensa do Sesc Campina Grande

7 de agosto de 2009

*Zona da Mata - 1º Festival de Inverno de Serrinha


GROOVE - Uma das atrações musiciais é o Experimental Samba Groove, do músico Toninho Borbo e o parceiro fHz0 | imagem: Val da Costa

Se todas as cidades fossem iguais a Juripiranga, a cultura seria outra. O município está cravado na divisa entre Paraíba e Pernambuco, possui apenas 4756 habitantes e muita vontade de sair da mesmice sonora. Uma turma de jovens produtores culturais se inspiraram e criaram o 1º Festival de Inverno da Serrinha, que já está rolando desde ontem, dia 6, e vai até o próximo domingo. Os sons que vão rolar amanhã, dia 8, às 21h00, são de outra Serra, a da Borborema: Toninho Borbo & fHz0 e a Marxuvipano.

As produções de cinema de Campina e da Paraíba também estão na programção do 1º Festival de Inverno de Serrinha. A programação da noite de sábado ainda conta com a banda Repercussão e Dj Etnia, Dj Demétrius e grupo KR3. No domingo tocam no palco do festival, o Cavalo-Marinho de Pedras de Fogo, Rabeca de Fogo e Desvio de Conduta.

A iniciativa é de jovens produtores da região de Serrinha, que conseguiram reunir nomes que se destacam na cena musical e no cinema da região de Campina Grande em quatro dias de evento. Para Paulo Philippe, um dos coordenadores da produção, apresentar expressões artísticas de variados gêneros a um público que praticamente não tem acesso a eventos desta natureza foi o elemento motivador.

“A gente apresenta grupos paraibanos, mas que possuem valor artístico inegável. Movimentar essa cena é o que pretendemos continuar fazendo. A Paraíba possui produções artísticas de qualidade e precisa abrir mais espaços para as manifestações”, comentou.

Isso é a prova mais que real de que arte e cultura ainda são possíveis nesse Estado. Mesmo sem a mão pública, o que foi proposital, o evento vai rolar e mostrar os trabalhos de Campina que não foram vistos, nem de longe, no último Festival de Inverno na cidade natal desses artistas. A Paraíba precisa da ingenuidade que provoca a garra e força de vontade dessa juventude para motivar suas ações.

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colaboração: assessoria do 1º Festival de Inverno da Serrinha

5 de agosto de 2009

*Sertão - Diversidade cultural em Sousa-PB


BOMBANDO - O Centro Cultural de Sousa é um colosso, uma estrutura que abriga todas as artes | Imagem: CCBNB

O Seminário da Diversidade Cultural, realizado pelo Ministéiro da Cultura (MinC), finalmente chegará à Paraíba nos próximos sexta-feira e sábado, dias 7 e 8. O Sertão paraibano já está à espera do evento que acontece em mesas-redondas na cidade de Sousa. O público alvo são os gestores públicos e privados de toda a região, incluindo cidades do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

As discussões terão como ementas a gênese, histórico de negociações, conceitos, objetivos e princípios diretores da Convenção da Diversidade Cultural e atualidades das negociações no Comitê Intergovernamental. Outra temática é como as políticas públicas de cultura no Brasil estão respondendo aos desafios da Convenção, cujos artigos 5, 6, 7 e 8 tratam dos direitos e obrigações dos países que a integram, tais como as medidas que eles devem tomar para a promoção e para a proteção das suas expressões culturais.

O evento vai discutir também a importância da diversidade cultural nas políticas de desenvolvimento sustentável (artigos 13 e 14 da Convenção) e como a educação e a sociedade civil podem participar da implementação da Convenção, conforme os artigos 10 (Educação e Conscientização Pública) e 11 (Participação da Sociedade Civil) da Convenção.

Os próximos Seminários serão realizados nas regiões Norte (Boa Vista, Roraima), Sul (Curitiba) e no Centro-Oeste, tendo como parceiras as Secretarias estaduais e municipais de cultura. Além do apoio da representação regional no Nordeste do MinC, o encontro terá como parceiros o Observatório da Diversidade Cultural e o Banco do Nordeste, que vai acolher o seminário no Centro Cultural Banco do Nordeste em Sousa.

Contaremos também com o apoio da Subsecretaria de Cultura da Paraíba, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba - FUNESC, a Fundação Municipal de Cultura de Sousa e a Fundação Casa de Cultura José Américo.

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colaboração: CCBNB-Sousa

1 de agosto de 2009

*cinema - Inscrições para o Comunicurtas

imagem: Octaedro


Essa é para os cinéfilos que estão bocejando por aí ou cochilando no ponto. O Comunicurtas está chegando e é hora de despertar. Agora o evento tem caráter mais abrangente e se tornou o Festival Audiovisual de Campina Grande - Comunicurtas. Como sempre, as oficinas são muito pocuradas inclusive por pessoas de outros Estados, e é preciso atenção para não perdê-las. As inscrições serão a partir do dia 5 de agosto na faculdade de Comunicação Social, no bairro do São José.

Estudantes, artistas, cineastas e demais interessados em cinema e sua produção são o público mais presente no Comunicurtas. Este ano será oferecido cinco oficinas com total de 80 vagas, distribuídas nas áreas de Fotografia com João Carlos Beltrão (12 vagas), Roteiro com Bertrand Lira (20 vagas), Áudio com Gustavo Rocha (12 vagas), Pesquisa para construção do roteiro com Beth Formagini (20 vagas) e Direção para documentário com Torquato Joel (16 vagas). O pré-requisito para a inscrição na oficina de fotografia é ter um conhecimento prévio sobre o assunto.

As inscrições serão feitas em dois horários pela manhã de 8h as 12h e a noite das 18 as 21h entre os dias 5 a 7 de agosto, na Secretaria do Curso de Comunicação Social da UEPB, situado à Rua Pedro I, s/n, bairro São José. Para se inscrever é necessário 2 kg de alimentos não-perecíveis (exceto Sal) que serão doados a uma instituição ainda a ser escolhida pela comissão organizadora do evento.

As oficinas acontecerão no período da tarde, durante o festival, que acontecerá de 24 a 28 de agosto. Maiores informações pelo telefone 3310-9745.

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colaboração: Assessoria de Imprensa do Comunicurtas
Andreza Albuquerque (83 8899 3422)