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27 de janeiro de 2011

PLAISIR FÉMININ

SENSUAL - "Por isso não provoque..." | imagem: Guido Crepax
  
# Só de falar em sexo dá tesão (risos). Ninguém pode ver ou ler algo relacionado ao sexo que já se excita. Quer dizer, menos os assexuados, pois eles existem e não sentem nada disso que a gente, sexuado, sente. Mas por que nós, mulheres, por mais que sejamos maduras, ainda somos travadas em relação ao assunto? Muitas até são assanhadas, mas não sabem conversar sobre as disfunções sexuais, por exemplo. A falta de desejo é uma disfunção para quem já sentiu a libido em ação, mas perdeu.
Algumas mulheres sentem desejo, se excitam, mas não chegam ao orgasmo, aquela sensação fogosa, irritantemente rápida que sentimos depois de tanto transar. Foi uma criação machista o que nos calou. Esse é o argumento mais comum para justificar essa falta de opinião feminina sobre o sexo ou essa ausência de diálogo sobre os problemas sexuais das mulheres.

Se vivêssemos num tempo em que o acesso às informações fosse restrito, tudo bem, a gente até admitiria uma certa inibição por parte das mulheres em não comentarem suas dúvidas, nem com o parceiro ou até a parceira, dependendo da relação homo ou heterossexual, visto que as lésbicas também estão inseridas nesse rol do silêncio de sua sexualidade.

A escola hoje tem papel na formação dessa mente aberta ao sexo. Como a mulher moderna está à frente em muitas posições, isso parece que deu uma modificada nos cenários urbanos. Mas, no geralzão mesmo, ainda tem mulher madura sem saber o que é um orgasmo. Outra dúvida constante é por que algumas mulheres têm dificuldades em atingir o orgasmo através da penetração vaginal? Muitas mulheres atingem esse ápice do prazer somente com a estimulação clitoriana.

A maioria dos médicos já desmistificou isso. Na década de 90 do século passado diziam que as mulheres que se masturbavam durante a transa eram bissexuais. Mas, hoje já se sabe que a maior fonte de prazer da mulher é o clitóris. Por isso, quem não o usava antes por preconceito, agora usa e muito, com homem e com mulher. O psicólogo Xavier Conesa é formado em Sexologia pela Universidade de Barcelona e explicou bem porque é tão importante a brincadeira clitoriana.

"A genitália feminina, assim como a masculina, é mais sensível a medida que se distancia do nosso corpo. Isso equivale a dizer que, para os homens há uma sensibilidade maior na ponta do pênis, e vai diminuindo a medida que se aproxima da raiz do mesmo, ocorrendo igualmente com as mulheres", afirma Xavier.

Ou seja, quem quiser saber onde sentir mais prazer no corpo, deve observar que as ramificações nervosas do prazer feminino estão no clitóris (parte mais externa). "Mas o meu é pequeno...", uma colega pode desconsolar as outras. Esse sexólogo aí disse que essas perdem "um pouco" a sensibilidade, mas não toda. Isso quer dizer que todo e qualquer clitóris funciona quando bem estimulado, sozinho ou acompanhado.

Uma coisa é certa: a sexualidade feminina é muito mais complexa que a masculina. Xavier diz que a pergunta mais frequente que ele ouve é: "por que as mulheres desejam a penetração, se com a estimulação clitorial desfrutam mais?" Segundo ele, isso está diretamente ligado a subjetividade de cada mulher. Umas dizem, "necessito senti-lo dentro", outras se admitem gulosas. "A penetração tem sobre as mulheres um componente afetivo/emocional de difícil compreensão para os homens", conclui.

Esse médico ainda disse que existem explicações neurológicas para a falta de sensibilidade vaginal, que pode ser um problema nas ramificações nervosas, bem como outras explicações psicológicas ligadas à aprendizagem do prazer, além de outras teses. "Certamente a porcentagem de mulheres que não conseguem o prazer orgásmico através da penetração é altíssimo, sem que isto seja um problema. A sexualidade é, quem sabe, o item mais peculiar da conduta humana, onde não há normas nem pautas."

 Ou seja, quem vai mais entender seu corpo é você. "Use e abuse", como disse o slogan daquela loja.
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Xavier escreveu no Saúde na Internet.
# valdívia costa

23 de janeiro de 2011

AUTORITÁRIOS

Tira de Jesus Martínez del Vas, copiada do Num Clique
# Uma das coisas que contrastou mais com o jornalismo, na minha mera opinião, foi ver os colegas experientes com uma herança enviesada do militarismo do meu pai. Ele nunca serviu as Forças Armadas, mas foi filho de um homem autoritário. A gente tinha medo dele só dele olhar pra gente. Um chamado dele com raiva era quase como uma chicotada. Lembrei muito dele e desses métodos pressionativos de respeito quando atuei na imprensa paraibana.

Para uma pessoa que se reeducou na vida sozinha, removendo essas arestas grotescas sem um manual, ver jornalistas de carreira "ensinando" a praxe aos focas assim, é incompreensível. Principalmente quando se escuta os gritos, as humilhações e até as indiferenças montadas em nome da produtividade. As táticas de pressionamento psíquico fazem animais, seres que não se comunicam com a fala, se amedrontarem. Imaginem humanos, que entendem a agressividade e ameaças que vêm nesse discurso!

Essa pressão que tanto aliena quanto separa as pessoas comunicativas dos jornalistas militares, digo, militantes, é pela melhor produção possível de notícias. E funciona? Olhando superficialmente o jornal no meio em que ele é posto, impresso ou eletrônico, do ponto de vista comercial, principal retorno que um meio de comunicação busca, às vezes, sim. A manchete é encontrada, ilustrando o noticiário com um chamado que pára tudo para ser lida/ouvida.

Mas, do ponto de vista social, analisando o resultado que essa notícia conseguiu alcançar ou a realização do profissional como difusor de uma informação útil para um maior número de pessoas, não causou nada. Muitos fatos na imprensa só satisfazem um editor executivo e só é absorvido pelos concorrentes. As pessoas hoje procuram por muito mais fontes de informações do que os meios tradicionais. É fácil ser ombudsman atualmente, basta ler mais, acompanhar...

Por causa desse entendimento antigo, de que notícia se tira na pressão, muitos colegas estão no comodismo de um expediente amarelado de um jornal se achando o verdadeiro profissional de comunicação enquanto os blogueiros, por exemplo, ganham mercado, montam empresas, edificam uma nova e evolutiva comunicação. Meu pai também acreditava que nos educava, que nos ensinava a vida, com seu autoritarismo pulsante. Mas eu, com meu subversismo entranhado, conseguia burlar as regras. Por que um ou outro jornalista não consegue?
Tira copiada do Acreano e a Acriano
Apesar dos meus colegas se sentirem o máximo coagindo e aceitando a pressão por um emprego num meio de comunicação, pra mim, esse modo de trabalho só mostra a velha dança das cadeiras, na qual dominados e dominantes se revesam, interminavelmente. Onde tem um grupo de seres humanos, sempre tem os que querem amarrar a língua e distorcer os pensamentos libertários.

O que temos na imprensa hoje com esse método que se arrasta anos adentro na pós-modernidade? Profissionais inseguros, acríticos, frustrados, bitolados à informação... Um dia vi um desses "líderes" serem ridicularizados pelas costas, como é de costume nesse sistema amador de tabalho. Num almoço entre um chefe de reportagem e três jornalistas, ele admitiu que a única leitura que fazia, há anos, era de jornal impresso.

"E os livros?!", as três jornalista questionaram. "Isso", ele disse que ensinava aos filhos. A leitura científica, literária ou qualquer outra que deveria estar formando o jornalista crítico, ele ensinava os filhos a gostar, pois ele mesmo não gostava. Essa conversa dasanimadora, com tom de lavagem cerebral, ocorreu após uma palestra que o jornal no qual eu trabalhava tinha oferecido aos mais de 100 jornalistas. Tudo partiu da lembrança conjunta e envergonhada do palestrante perguntando quem na sala já tinha lido "Casa grande e senzala" e ninguém (até eu) levantou a mão.

Depois dessa convivência emburrecedora, além de ler a obra do sociólogo Gilberto Freyre, que me mostrou a realidade em que eu estava tentando me inserir, no escravismo medíocre e achatador em que eles fazem-nos acreditar ser o jornalismo, tratei de abrir as butucas de olho e ir aterrisando nesse solo desgastado que é nossa profissão.

Nunca pensei que o que "aprendi" numa faculdade, mesmo que pobre, mesmo que ultrapassada, seria em vão. Principalmente leitura, o alimento do comunicólogo ou de quem se propõe a trabalhar com comunicação. E quem o admite, na humilde opinião de uma desempregada, desmilitarizada da imprensa, é o mesmo que emitir um certificado de "porrada" pra o primeiro fóssil preconceituoso atingi-lo no seu discernimento. Sem essa visão, você vai ser mais um caolho em terra de cegos e visionários.

# valdívia costa





20 de janeiro de 2011

SERTANEJOS NO AGRESTE


QUESTION - A sertaneja Lavadeira de Cara Branca anda fazendo seu ninho no Agreste por quê?
Imagem: Abelardo Souza

# O Agreste está recebendo visitantes nesta época do ano. Seres voadores, cantadores e bem levinhos. Saíram do Alto Sertão paraibano, lugar que é quente e está cada vez mais desmatado, para viver no Agreste. Procuram a simples sobrevivência. Acharam água e comida perto da cidade de Fagundes, onde estão convivendo em paz entre outros pássaros da região. Por que esse êxodo aéreo no Estado?

Pássaros são como nós, humanos, porque são vivos, procuram um lugar adequado para viver. Quando o lugar onde nasceram não proporciona comida e habitação, eles se mudam. E parece que foi isso o que aconteceu no caso das Graúna Nordestina, Casaca de Couro Grande, Lavadeira de Cara Branca, Noivinha e Guriatã, entre outras, que chegaram no Agreste. O desequilíbrio ecológico fez as aves migrarem para o Agreste.

Essa é a tese do ambientalista Aramy Fablício, que nasceu (e conhece bem) na fauna e flora da região. Isso é legal pra nós, admiradores da natureza, apreciadores de aves. "Mas significa que algo está errado, ou seja, o habitat natural destas criaturas certamente está sendo desmatado. Algumas das espécies eu conheço desde criança em gaiola, como a Guriatã, ave que se alimenta de frutas, nativa da zona da mata nordestina. Começou a aparecer por aqui com o desmatamento da mata atlântica”, diz.


Foto: Divulgação


“A Noivinha, uma espécie de Lavadeira toda branca, é um pouco maior que a Lavadeira Mascarada, nativa da região", descreve Aramy, apresentando a sertaneja, vista cada vez mais na região de Fagundes, principalmente no Sítio Várzea do Arroz, do senhor José Alves e Dona Tereza Alves, que lutam para protegê-las. "Ela tem o mesmo comportamento que a nativa daqui, gosta de ficar nos arbustos, alimenta-se de mosquitos e vive nas margens das lagoas, rios e açudes. Temos também a Lavadeira de Cara Branca, outra sertaneja que agora habita a região de Fagundes. Antes não existiam esses pássaros por aqui”, diz.

 
Foto: Divulgação
 O ambientalista também observa que outra ave também está habitando em Fagundes, a Casaca de Couro Gigante, ave nordestina e sertaneja. "Ela é parecida com a nossa Casaca de Couro pequena. Além do tamanho, a Casaca de Couro Gigante tem um canto muito alto e faz ninho parecido com o da Casaca daqui, porém de formato arredondado de gravetos e espinhos”, explica.


Foto: Eu Plural
Até um cantor cobiçado foi visto em Fagundes. O Graúna Nordestino, uma das aves mais caçadas pelos criadores e traficantes, pelo seu canto alto e bonito, também está morando lá. "Desde criança eu observava quando esta ave passava voando alto e cantando ao migrar de um habitat para outro", relembra Aramy, que disse tê-la visto somente aprisionada em gaiolas trazidas por traficantes de outras regiões. Hoje, eles estão protegidos e se reproduzindo na Fazenda Matias, que faz parte do projeto Biqueira Velha e Natureza Livre, pertencente ao senhor Nivaldo Peixoto, 68, que aprecia o canto e faz de tudo para protegê-lo.


Foto: Anda
 O famoso Azulão Nordestino é hoje a ave símbolo da extinção no Nordeste. Aramy já alertou as autoridades, atrvés da imprensa, sobre o sumiço do pássaro que está em grande risco. Leia a matéria na Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda).

O desequilíbrio ambiental preocupa o ambientalista porque a região tem espécies extintas, como a ave Engraxadeira, que ele nunca viu foto "nem em livros nem na internet", e o Sabiá Branco, ave migratória que só aparecia no período das chuvas para se alimentar de insetos, principalmente o Mané Magro. 

Existem também as aves que estão em processo de extinção em Fagundes, como Pinta Silva, Alma de Gato, e outras migratórias como o Bigodinho, Papa Capim, Caboclinho Lindo, Gaturão...”, enumera, interminavelmente.

O lado bom dessa migração de aves à região de Fagundes é que elas estão se reproduzindo. Como a maioria das propriedades não permite a caça e a captura de animais, devido aos projetos ambientais criados por Aramy e tocado pela população rural, a tendência é cada vez mais elas se proliferarem, preservando a espécie. "Por outro lado podemos perceber que o desequilíbrio ecológico, principalmente o desmatamento, é o principal responsável por essa migração”, conclui.

valdívia costa

14 de janeiro de 2011

REFORMULANDO O BBB


MOLDADO - Junta-se à nova TV, programa enlatado há 11 anos... | imagem: O futuro é risonho
# A estagiária de produção do BBB 20 chegou atrasada para a reunião, mas quis dá o seu recado, o que seria uma "ideia revolucionária para o programa", que, com as facilidades da interatividade na TV digital, estava caindo no desgosto popular.

- Seria assim - começou Marlene - só poderiam participar pessoas com interesse pela política e pela área jurídica. Todos os candidatos aos cargos ou já atuantes, dessas duas áreas, teriam que se submeter a dois meses de convivência vigiada na casa do BBB, que viraria uma vila para comportar mais participantes e simular melhor o jogo social político que vamos mostrar, por R$ 5 milhões em prêmios.

Três diretores se entreolharam, meio que incrédulos, mas Marlene aproveitou para disparar, antes de ser interrompida por algum guardião do formato atual de programa.

- Em um ano teríamos um raio X dessas mentes revolucionárias na arte de persuadir e punir. Como eles tentariam montar ou manter um sistema social complexo como o nosso?

Boninho, que já estava aposentado, mas substituia seu filhão Boninhozinho, assistia a tudo pela super web can de sua sala e interrompeu, já meio aborrecido por estar escutando besteira.

- O "jogo", assim, é sem graça, sem burrice pra gente rir, sem gostosas e gostosos pra gente se masturbar, sem beleza pra gente sonhar, sem fofoca e sem sexo exposto. 

- Mas, sem tudo o que temos hoje, o programa ganharia sim uma função social, preventiva até. O sujeito e suas formas desonestas de agir estariam visíveis pelas milhares de câmeras e por nós, basileiros, tanto quanto as bundas e peitorais famosos que já viraram ídolos instantâneos - defendeu a imediata Marlene, como se tivesse decorado respostas rápidas para todos os possíveis "mas...".

- Eu achei de uma falta de criatividade... - sussurrou um dos diretores para a web can, meio que em particular com Boninho.

- Mas o perigo de matar e morrer por dinheiro vai causar mais audiência do que as bundas! Poderíamos até pegar uns brinquedos parecidos com aquele filme antigo... Jogos Mortais! É, seria algo que deixaria as pessoas perplexas, grudadas o dia todo na TV... Se eles forem honestos, enfadonhos, editamos tudo com animações, novelinhas terroristas, como fazemos... - enfatiza Marlene, tentando tomar as rédias.

Um silêncio de incerteza pairou por segundos a sala...

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O pesquisador francês Dominique Wolton isenta a TV da responsabilidade de cooptar as mentes menos pensantes e redireciona uma crítica simples ao aparato humano de decisões, programas e públicos que compõem este meio. Como se, por trás da tela, cérebros humanos tecnicistamente preparados maquiassem tudo, pois não aparecem, mas estão nas salas climatizadas, nas coxias, nos camarins...

São mentes que atraem mentes com recursos psicológicos, como a repetição de produtos ou até o estímulo ao jogo em campanhas visuais massivas. Máquinas são apenas manipuladas para dar o recado. Esmiuçando, no caso do Brasil teleguiado, é o Boninho quem joga a linha com o BBB no anzol.

A única maneira de acabar com essa abdução midiática é agindo. Troque de canal ou desligue a TV quando começar programas de conteúdos emburrecedores. Ou, simplesmente, leia um livro ou revista.
valdívia costa

10 de janeiro de 2011

NORDESTINOFOBIA

REVIDE: VIDA A TODOS | Imagem: Rosas do Capibaribe

# Será que enfiamos o pé na jaca ao levantarmos Brasília? A maior parte da construção da cidade foi feita por nós nordestinos, como sabemos. Será que nos iludimos pela cidade projetada, um plano futurístico de habitação e, por isso, estamos sendo castigados? Nós nos equivocamos ao descermos ao Sudeste e firmarmos nossos esforços em solo "alheio", desenvolvendo grandes centros como São Paulo mais do que qualquer outro tipo de gente, oferecendo progressivas mentes como a de Lula?


"O nordestino sofre hoje maus tratos por causa dessa mania feia de menosprezar suas riquezas ao realizarem um êxodo ansioso, inacabável", pode dizer um metido a burguês. Mas a explicação desse "menosprezo" pela própria região é medida pela lógica de expulsão da seca. Só que, enquanto parte de nós dá quase de graça mão de obra na engenharia civil brasileira, ostentando grandes centros urbanos com edificações, o Nordeste continua crescendo, dando poder, dinheiro e, no mínimo, vida aos nordestinos. Por que não ficamos por aqui, desenvolvendo o que é nosso por herança?

O Sertão nordestino possui um dos mais ricos e diversos ecossistemas. Claro que a gente só nota mais (e ele só existe de fato) quando chove, evento raro na região. Desamparados, aguentamos pouco nesse castigante clima semi-árido. A baixa umidade é nossa conterrânea, praticamente. O clima deita-se numa faixa que sobe do Sudeste, torrando os Sertões mineiros de Guimarães Rosa, ao Nordeste, onde o vento sopra seco, morno e às vezes é até inexistente. Mas, o resto da região é rica e próspera, só precisa auto motivar-se.

É mais pelas agressividades que fugimos. A seca chegou, fugimos. A falta de assistência governamental enraizou, nós fugimos. Mas é por essa "covardia" que uma onda de xenofobia aos nordestinos paira pesada sobre nós? Essa aversão exagerada, como se nota em qualquer fobia, se desencadeou em fins de eleições de 2010. Uma estudante deslumbrada saiu tuitando besteira, como é de costume a alguns utilizar essas redes sociais só pra quicar pra o mundo célebre.

Esse povo índio, negro e branco, o brasileiro carregador de todos os defeitos e virtudes dessa missigenação, é surpreendente em seu sadismo mais do que na sua responsabilidade social. Com a publicização dessa criatura, os psicopatas estão tentando ganhar espaços midiáticos maiores, principalmente no Twitter. Devido a uma coisa maravilhosa para nós, pessoas de bem, a democracia midiática virtual de longo alcance, favorece esses "doentes" que farejam holofotes da grande imprensa sensacionalística.

Nem pensamos em afirmar aqui que isso é assim e pronto. Mas acreditamos que qualquer aversão excessiva ou pânico de algo ou alguém é uma psicopatologia e, como tal, precisa de uma cura ou paliativo para que não tenhamos mais protótipos da eugenia nazista ameaçando a paz entre a mesma raça aqui no Brasil. Ninguém precisa ser psiquiatra para deduzir isso.

O nordestinofóbico

ZELO: gays, judeus, nordestinos, negros e drogados fujam ao vê-los. | Rosas do Capibaribe

Suas fobias
Agorafobia - Medo de lugares públicos concorridos, onde o indivíduo não possa retirar-se fácil.
Fobia Social - Medo de situações constrangedoras, comentários ou humilhação em público.
Fobia Simples - Medo de objetos ou situações concretas, que se subdividem em animais (aracnofobia: medo, pavor a aranha), aspectos do ambiente natural (trovoadas, terremotos, etc.), sangue, injecções ou feridas; situações (aerofobia: medo de voar de avião, claustrofobia: elevador etc.) e outros tipos (medo de vomitar, hipocondríaca: doença etc.).
Xenofobia - Medo irracional, aversão ou profunda antipatia em relação aos estrangeiros, pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país. Manifesta-se de várias formas, como a "exaltação acrítica de outra cultura" à qual se atribui "uma qualidade irreal, estereotipada e exótica". Pode ter como alvo não apenas pessoas de outros países mas de outras culturas, subculturas ou sistemas de crenças. Note-se, porém, que nem todo preconceito é causado por xenofobia.
fonte: Wikipedia
Brega - Para quem estabeleceu que a única ligação possível entre nordestinos e sudestinos seria o semi-árido, é bom procurar saber se isso não é um transtorno de ansiedade e entrar nas redes sociais com uma focinheira. Mas se um danado daqui já foi mordido por essas bestas preconceituosas midiáticas, o tratamento mais indicado para a nordestinofobia é a psicoterapia.

O assunto também foi discutido em outro blog, o Síndrome de Estocolmo.
valdívia costa

4 de janeiro de 2011

CAMALEÔNICA





"Eu me adpto." | imagem: Cão com pulgas



# Batemos mais de 300 dias de lutas pela opinião. Sobreviver, nesse mar marasmo da informação fluida e descartável não é tão facilitado. Lugar de iguais, que trafegam numa via de duas mãos, a blogosfera nos acomodou. Foi aqui que crescemos. Num dia de sol, talvez por causa do calor, mudamos.

A pele precisa de um trato ao final do dia. O banho retira o que se solta, lavando, polindo uma nova e viçosa camada cutânea. Assim fazemos com nossos perfis virtuais.

Nessa metamorfose pensamos num outro tipo de postura, uma que fosse menos arrogante, mais singela. A verdade é que ainda não sabemos o que falar de diferente...

Dissemos, por centenas de dias, as coisas. Vistas por ângulos subjetivos. Isso vai continuar. Mas, por sermos plural, não queremos repetir o sotaque.

As cores, já mudamos (sintam o cheiro de tinta fresca...). Mas podemos repintá-las. Nossa essência camaleônica foi o que nos projetou até aqui. E é essa capacidade de mudança, repetida inúmeras e incasáveis vezes, que será a catapulta da nossa ideologia libertadora de mentes.

Ao menos um pensamento diferenciado sabemos que provocamos com esse colorido blog. #valdÍvia cOsta