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28 de junho de 2009

*opinião - uns desistem, outros lutam


PREOCUPAÇÃO - estudantes de Jornalismo (PB) pensativos no curso que oferece diploma não exigido no mercado de trabalho | imagem: Val da Costa

por Valdívia Costa

DEPOIS DE UMA VIROSE VIOLENTA QUE INTERNOU O COMPUTADOR POR UMA SEMANA, continuamos vivos e intensos. Vamos a mais uma parte da novela do diploma de jornalista que deve acabar com um capítulo revelador, talvez positivo pra classe, depois da cacetada que levamos com a retirada da obrigatoriedade do diploma pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em Campina Grande (PB), os jornalistas e estudantes de Comunicação Social fizeram manifestos e formaram o Fórum de Luta Contra a Desregulamentação das Profissões do Estado da Paraiba.

Amanhã, dia 29, uma comissão desse Fórum fará uma reunião no Conselho Regional Contabilidade em João Pessoa, a partir das 19h00, pra traçar um cronograma de lutas contra a medida do Supremo. O curioso é que, até nesses momentos definidores dos rumos da nossa profissão, os colegas paraibanos são apáticos, como se sofressem de uma anemia profunda de conhecimento de causa. Os resitentes que desejarem ir à reunião, um micro-ônibus sairá, às 17h00, da Associação Campinense de Imprensa (ACI).


MANIFESTOS - Os interessados devem ligar para o jornalista Fred Oliveira (8878.4819) pra se inscrever nessa viagem. A organização da reunião avisa que todos voltarão pra casa logo após o encerramento do encontro. | imagem do encontro na ACI: Marley Lucena

Não falei com a coordenação do curso em Campina, mas os estudantes viram colegas indignados fechando a matrícula e falando em fazer outro curso. Vai ser difícil mantê-los numa faculdade que forma, mas não forma. Que emite diploma, mas não oferece (nunca deu, na verdade) garantia no mercado de trabalho. Enfim, a parte que será mais atingida com esta medida do Supremo é a classe estudantil.

Jornalistas de batente, assessores e outros profissionais que já atuam na área farão a resistência. Por todo o País seguem os movimentos, agora bem próximos ao Senado, de onde pode partir uma outra lei exigindo a obrigatoriedade do diploma. Como todos já sabem, os políticos que são contrários a decisão do STF não querem bater de frente com os juristas federais. Aí ficamos a esperar que essa politicagem acabe.

Nesse vai e vem, eu estou mais calma, como a maior parte da classe. Visualizei os horizontes possíveis de atuação dentro da Comunicação, como as carreiras acadêmica, literária e até de empreendedora. Na verdade o diploma nunca foi impecilho pra eu atuar nessa profissão, dada as minhas habilidades de escrita, imagem e interlocução. Mas ainda defendo o diploma. Mesmo as escolas sendo capengas, sem laboratórios intensificados dos pilares da profissão, mesmo as teorias sendo mal aplicadas.

Como diz um provérbio chinês, "ser pedra é fácil, o difícil é ser vidraça". Por isso não apedrejo aquilo que desconheço, me escondo debaixo das leituras de mundo e não publicizo meu telhado de vidro a todos. Mas o interessante mesmo é observar como somos amados e odiados pela sociedade. A ponto dessa dicotomia sentimental coletiva abalar a alguns jornalistas em sua verdadeira noção de profissionalismo.

Não estamos numa guerra, onde haverá vencedores e vencidos. Mas sim numa demonstração irradiativa de abuso de poder por parte dos ministro federais, encabeçados por Gilmar Mendes, que destituíram uma profissão de mais de 40 anos. Os poderes brasileiros não se confabulam mais em decisoes importantes para a sociedade. E a pessoa que tem mais direito de destituir, o cidadão comum, pensa que não pode nada. É esse o Brasil em que vivo e no qual trabalho.

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