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26 de julho de 2009

*opinião - Culpa, em Nietzsche


CENTRADO - Nietzsche vivia filosofando, mas não enlouqueceu | caricatura: Fernando Romeiro

Para ser feliz, o homem precisa afirmar sua potência de vida. Quando essa é reprimida, ele leva uma existência submissa, apenas reativa. Sentimentos como culpa e ressentimento decorrem de valores estabelecidos pelo homem reativo.


Por Amauri Ferreira*

Qual é a origem do pecado, da culpa, e do ressentimento? São sentimentos que se tornaram tão comuns que podem nos levar a acreditar que eles são inerentes ao homem. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), em sua genealogia, nos diz que esses sentimentos são inseparáveis da moral judaico-cristã. É por essa moral que o homem experimenta continuamente uma repressão de seus impulsos ativos. Mas como esses impulsos não somem, é inevitável que haja um conflito entre uma moral que reprime e a nossa vontade de potência, que quer expandir-se. Assim, segundo o filósofo, o homem torna-se reativo quando vive limitado apenas à conservação da sua existência, o que faz multiplicar o seu sofrimento e a necessidade de viver cada vez mais submetido às promessas de recompensa oferecidas pelo poder sacerdotal. Dessa forma, o homem passa a ignorar um aspecto primordial da existência que é a criação, ou seja, é somente por meio da efetuação da sua natureza que o homem torna-se capaz de criar novos valores, de afastar para longe de si a culpa e o ressentimento.

Nesse sentido, Nietzsche nos diz que a felicidade corresponde ao crescimento da nossa potência, a uma constante diferenciação de si mesmo, o que torna desnecessária toda crença em um ideal ascético, isto é, em um modelo de perfeição que esmaga as diferenças.
Vontade de potência

Para Nietzsche, há duas morais: a do senhor e a do escravo. Na moral do escravo, há uma hierarquia, em que a autoridade do senhor é assegurada apenas por meio de uma lei. Ao contrário, na moral do senhor, o mais fortalecido - em potência - torna-se senhor do mais fraco.

(...)
Interagir é fundamental no processo filosófico.
Peça o restante do texto ao Centro de Estudos Políticos, Econômicos e Culturais (Cepec) pelo e-mail cepec.org3@gmail.com.

>>>Escute a música Culpa, de Tone Ely (Marxuvipano)

*Amauri Ferreira, filósofo e escritor.

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