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14 de junho de 2010

ANDINO RELAXA EM MARACAÍPE

INTROSPECTIVO: Até um cão sabe fazer terapia na praia. Texto de março de 2005. | imagem: Bico do Corvo

VALDÍVIA COSTA

O mar ganha o mundo em muitos seres. Entrega-se e joga-se em ondas que chegam nervosas à praia. Andino pensa que isso o relaxa. Ele é um cão, mas pensa. E olha, com imensa profundidade, o chegar dessa obsessão de chegar na praia, assim como a onda faz sempre.

O cão nota que todo mundo se comunica com o mar. Espanhóis imitam o guia turístico, que joga a quenga de coco no mar, antes mostrando a Andino. A persistência canina em entrar no mar, pegar a quenga e voltar pareceu-me uma verdadeira missão que o cão cumpria.

Ele persegue o alvo com olhos determinados. Até que analisa o momento certo de ir buscar o objeto. E traz de volta a quenga de coco, procurando quem será o próximo a jogar seu brinquedo no mar. Parece que ele quer um estímulo para se banhar salgado.

Depois de algumas horas se apresentando na praia de Maracaípe, o cão agora observa, silencioso e distante, o vai e vem das ondas. As espumas devem lhe contar alguma novidade dos outros oceanos.

É bem possível que Andino ache tentadora a atitude de observar o mar. E ele nem tem que lutar contra os dragões esfumaçantes da Conde da Boa Vista! Mas o cão sabe aproveitar o dia, relaxando, com seu execício físico repetitivo, que o cansará até a fome chegar.

No almoço, quando falta humanos bondosos que o abasteçam com comida caseira, ele se alimenta bem com suas companheiras de farra, as quengas. Segura com as patas dianteiras a casca, retira os excessos com dentadas e mete os caninos na carne branca do coco.

De pêlos brilhantes e porte atlético, Andino não se preocupa em procurar emprego nas redações e assessorias do Recife. Quando chega a tarde, a maré baixa indica que é época dele procurar uma toca. Hora de se esquentar e dormir o leve sono dos sobreviventes.

Um comentário:

Toninho disse...

Dino tem um tino a toa
no mar pra lá e pra cá
de boa.