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10 de agosto de 2007

*Bate Cuca* - MC Metralha: “falta de respeito” e exclusão do Reação da Periferia no Rap e Repente


Um dos principais grupos de rap da Paraíba, o Reação da Periferia, ficou de fora do Rap e Repente, evento promovido pela Sub-secretaria de Cultura do Estado em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). Os integrantes querem protestar, falar sobre a “falta de respeito” do evento em colocar o nome da banda na primeira programação e retirá-lo sem comunicar. Como os artistas do Reação moram em João Pessoa, conversamos com o MC Metralha pelo MSN e ele nos revelou a indignação de ficar de fora de “uma ação pioneira no Nordeste brasileiro para o movimento Hip Hop”.

Bate Cuca ------------------------------------

Cuca de Campina: Vocês tentaram se inscrever no festival Rap e Repente?
Mc Metralha: Tentamos. Mas tem uma mina do rap na produção do evento, Kalyne Lima, que não gosta da gente e disse que não nos colocaria. Ela levou pro lado pessoal. Já mandamos e-mail para a organização, mas até agora nada. Ela está nos boicotando geral. Nós estamos sem o telefone da mina que está encabeçando o evento com ela (Daniella Ribeiro), mas nós queríamos saber se ela soube desse desrespeito com o nosso trabalho. Porque a Danielle organiza, mas ela não deve sacar nada de rap e contratou Kalyne para indicar os grupos.

CC: E a programação já está fechada...
MM: Sim. Aconteceu também o seguinte: logo quando fizeram a página do evento na internet, sem a divulgação completa, colocaram nosso nome lá. Depois fizeram nova programação e não permanecemos mais como atração do evento. Fiquei de bobeira. Divulgaram nosso nome, sem falar conosco. Eu e muita gente viu o nome Reação da Periferia na programação. Divulguei pelo Orkut e tudo...

CC: O que foi discutido entre o grupo?
MM: Pensamos em processar a Sub-secretaria de Cultura, mas depois voltamos atrás porque sabemos que não iria dar em nada. Pensamos em processar porque colocaram nosso nome sem nossa autorização e nos faltaram com o respeito, nos tirando sem nos avisar. Somos os pioneiros no rap paraibano, mas ficamos indignados quando vimos o que aconteceu e mais ainda quando soubemos que um dos membros do movimento Hip Hop usou de má fé para nos tirar da programação.

CC: Vocês tentaram entrar em contato com a organização?
MM: A gente tentou, pela página do evento, mandar um e-mail especificamente sobre o assunto, mas não consegui enviar. Parece que a página está com defeito. Só pude deixar o contato (e-mail) do Reação e o dos integrantes.


Reação da Periferia: grupo de rap paraibano que não vai se apresentar no Rap e Rep

CC: Vocês ainda querem processá-los?
MM: Não porque é muito burocrático e não dá em nada. Quer dizer, posso estar errado, mas não sei... teríamos que ter uma orientação.

CC: O que vocês têm a dizer sobre esse evento, que já começou excluindo um dos primeiros grupos de rap do Estado?
MM: É muito complicado falar sobre isso... Porque é uma iniciativa muito boa. Sem falar que é pioneira no Nordeste. Mas já começou de maneira errada. A própria organização se mostrou muito “mal organizada” e incompetente. Como eles deixam de fora um dos grupos pioneiros no Estado, que influenciou a geração atual, e coloca gente que não tem nem dois anos de existência artística, sem nenhuma demo gravada? Para mim, esse artista aparentemente não existe, não se manifesta artisticamente, entra nisso como se fosse oba-oba, só pelo dinheiro, com o argumento que faz parte de programas sociais e não tem nenhuma musicalidade para mostrar. Eu penso assim: se você é um organizador de um evento ou executa outra função qualquer nele e quer fazer um grande show de rap, mas não sabe quem são as atrações, quer dizer, você não conhece nada de rap, aí você conhece alguém que diz que faz rap, você, obviamente, passa a bola para essa pessoa. Essa é a única pessoa que você conhece que diz ser do movimento Hip Hop. Lógico que você confia nela e só coloca no evento quem ela aponta ou conhece. Afinal, você não sabe nada sobre o assunto. Foi o que aconteceu com a Daniella Ribeiro, a sub-secretária de Cultura. Kaline foi quem indicou os grupos. É ela que possivelmente pode dar explicações sobre o nosso caso.

CC: Que recado vocês dariam a ela (Kalyne), como representantes do movimento Hip Hop?
MM: Que o profissionalismo sempre tem que estar à frente de tudo. Que não é dessa forma que se vai mostrar quem faz história na Paraíba ou quem tem um compromisso musical. Que podemos fazer barulho e não temos medo de dar a cara à tapa. Se é essa a postura do Hip Hop.

CC: Vocês se sentem injustiçados?
MM: Sim. Ficamos tristes pela falta de profissionalismo da organização, que deu esse pequeno deslize de esquecer dos caras que influenciaram a nova geração.

Conheça o Reação da Periferia

Um comentário:

Anônimo disse...

Pobre realidade!
E' lamentável ver, ano após ano, os eventos culturais de Campina servindo de vitrine para a politicagem e a vaidade de curiosas espécies, bem como de ringue para a tradicional briga política entre estado e município.
Esse evento, apesar de ser uma iniciativa muito interessante, ao que me parece, não possui condições para ser realizado. Falta, uma equipe ética e competente pra agir com coerência na organização.
Reação da Periferia fora da programação por antipatia de alguém, Tony Dumond na coordenação de música... fica complicado.
Que os ativistas culturais de gabinete da Paraíba sejam, ao menos, menos descarados!
Paupérrima realidade!
Andrêzza Castro
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