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28 de março de 2008

*Coluna* VAL DA COSTA - Detonando o “Chacrinha moderno”


BIAL - Novo Chacrinha ou bobo da côrte?

Ninguém liga se o Big Brother Brasil (BBB) está manipulando a todos descaradamente há oito anos. Ainda não vimos nenhum movimento contrário ao programa (e até a outros programas do gênero, totalmente comercial) da Rede Globo de Televisão. Será que o mundo célebre do sucesso imediato pira tanto as pessoas que a gente fica meio que tentado a tentar ser um brother? Eu me toquei quando recebi um e-mail revelando os valores do BBB.

Cada um dos paredões rende R$ 8 milhões aos cofres ricos da Globo, segundo o informe, em ligações telefônicas. Por que damos tanto dinheiro a quem já tem? É repulsiva a nossa posição de telespectadores passivos. Resolvi não assistir mais ao BBB, nem de relance.

Fiquei feliz em saber que alguns cidadãos também estão atentos a esta letargia coletiva sobre produtos midiáticos (que se vende pela televisão). Esta semana, circulou na internet um e-mail no qual o técnico de Segurança da Plataforma P-XVIII da Petrobras, Carlos Augusto Lordelo Almeida desabafa suas críticas ao apresentador do programa, o Pedro Bial.

Contundente, o trabalhador que arrisca a vida numa plataforma, longe da família, como os brothers, mas sem a promessa de receber R$ 1 milhão caso saia vitorioso do confinamento, questiona a postura do jornalista em chamar os participantes do programa de “heróis”.

“Para minha surpresa, durante uma ou duas vezes o senhor, ao chamar os participantes para aparecerem no vídeo o fez da seguinte maneira: - Vamos agora falar com nossos heróis! (...) O senhor chama aqueles que passam alguns dias aboletados numa confortável casa, participando de festas, alguns participando até de sessões de sexo sob os edredons, falando palavras chulas e no fim podendo ganhar um milhão de reais, de heróis?”, relata o operário.

Agora, Pedro Bial, o “Chacrinha moderno”, segundo o próprio jornalista global, mudou a forma de tratamento com os brothers. Ninguém sabe se esta mensagem influenciou-o, mas em vez de “heróis”, nesta oitava versão, Bial os chamava de “bananas”, em tom pejorativo, claro.

Bananas e heróis à parte, precisamos tomar posicionamento. Proteste. Se quiser, receberemos com prazer o seu “grito”. Enfim, eu ainda questiono se o Bial é mesmo tão doente por polêmica midiática. Afinal, dessa dinheirama toda que entra no fim do BBB, quanto ele leva?

Peçam o e-mail “Detonando o Chacrinha moderno” ao autor: carloslordelo@petrobras.com.br / carloslordelo@terra.com.br


Ivete Sangalo ganha cerca de R$ 2 milhões do MinC para fazer shows
É verdade. Ainda desconfiei quando li a nota da coluna Essas Coisas (Correio da Paraíba) , do editor Carlos Aranha. Mas, procurei no Diário Oficial, do jeito que a nota mostrava, e vi. Dois projetos, um de mais de R$ 1,5 milhões e outro de quase R$ 500 mil, aprovados em nome da produtora artística da cantora, Madeirada Produções e Eventos. Na mesma página do Diário Oficial, que você acessa pelo Google, colocando a data de 20 de dezembro de 2007, tem mais coisas. Gravação de CDs aprovados com recursos de R$ 70 a RS 100 mil é o que mais tem.

Quando a gente produz um trabalho artístico de qualidade e envia um projeto para a Lei Rouanet e não é aprovado, eles alegam que a gente deve utilizar os incentivos locais, como o Estado ou o município. Cada projeto na Paraíba aprovado pelo Fic Augusto dos Anjos, que é o mais bombado de grana, tem um teto de R$ 100 mil. Quando vai uma proposta de um CD de mais de R$ 20 mil para eles, não tem choro, eles cortam.

Me pergunto porque não há esse controle no MinC, visto que a quantidade de artista e produtor cultural é maior e menos assistenciada do que as estrelas da Rede Globo, que já têm seus milhões garantidos com royalties e contratos com marcas consolidadas no mercado. Essas políticas públicas estão é muito mal distribuídas, pois excluem e geram concentração de renda em poucos “artistas” e “produtores”.

Fiscalizar a verba de incentivos à Cultura é dever dos gestores públicos, afinal é dinheiro arrecadado com impostos, ou seja, o nosso suado dinheirinho que vai patrocinar quem já é rico, como Ivete Sangalo.


Micarande multicultural???
Os artistas de Campina Grande (PB) estão “se coçando” por causa de uma declaração recente do prefeito Veneziano Vital do Rego. Ele disse que a Micarande é um evento multicultural porque agrega diversos públicos para ver as atrações artísticas “ecléticas”. E o multiculturalismo pregado realmente é isso: uma ação política. Só que de cunho comercial e de péssima qualidade.
Vamos a um conceito do termo multiculturalismo, do pesquisador Francis Mulhern (Londres, 2000):

“El discurso multicultural es aquel en el que la cultura, definida como fuere, habla de si mesma”.(Culture/Metaculture. Routledge, London, 2000. p. 14)

É o discurso no qual a cultura interpela sua própria generalidade e condições de existência, segundo o mesmo autor. Então, voltando à questão local, nós não temos um multiculturalismo em tese, mas em prática. Misturamos nosso forró ao axé e a outros eventuais ritmos musicais.

Porque isso nos incomoda?
Simplesmente porque não somos bestas de pensarmos que Veneziano está interessado em promover a fusão da nossa cultura com outras culturas ao realizar a Micarande. O que ele quer é manter uma relação comercial com a “máfia do axé”, mas só não sabemos se ele percebe que, comercialmente, a cidade não está lucrando nada com isso.

3 comentários:

Erico Lucena disse...
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Erico Lucena disse...

O que nao podemos deixar de lembrar e que a micarande e um evento com quase 20 anos, consolidada nacionalmente, diferente de grandes capitais nordestinas como Natal e Recife, que ja quase ou totalmente "faliram" nesse tipo de evento, e nao e bom pra nenhum gestor acabar com um evento de massas como esse, cabe a nos pressionarmos essas autoridades a contruir cada vez mais a nossa identificacao cultural, como fez Pernabuco, com o frevo, e o maracatu. Tambem temos potencial cultural suficiente pra estabecermos um limite entre as "estrovengas" baianas e nossas tradicoes, como o forro e xaxado.

Erico Lucena

Katiúscia disse...

A questão de acabar a micarande vai além do querer. É realmente lastimável que um evento unilateral seja considerado multicultural... quem aparece no evento? Ou melhor, quem ganha dinheiro com a micarande? Todos somos cansados de saber que os bolsos das bandas baianas saem abarrotados daqui. Enfim, esse papo é antigo. Quero ver qual é o prefeito que terá coragem de dizer: "Nós transformamos a micarande num evento CULTURAL! Na terra de Marinês e Baixinho do Pandeiro Ivete e Chiclete não reinam mais!", Ô sonho, delírio... Vou comer que meu mal é fome!