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17 de março de 2008

*coluna* VAL DA COSTA - "Duas das boas!" - FENART e Fic Augusto dos Anjos


Produções do Fic Augusto dos Anjos, “O meio do mundo”, curta-metragem do cineasta paraibano Marcus Vilar, e...

...“O cão sedento”, de Bruno de Sales, foram selecionados para a mostra competitiva do 38º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2005. Provas de que o incentivo ainda está atraindo bons produtores e boas obras.

O momento na Paraíba está bom para se conseguir emplacar um projeto pelo Fundo de incentivo à Cultura (Fic) Augusto dos Anjos, que prorrogou o prazo de inscrição até o próximo dia 10 de abril. Essa é a primeira grande boa notícia, visto que serão investidos até R$ 100 mil por projeto artístico aprovado. A outra boa é que vamos ganhar acesso a atrações musicais de gabarito com a confirmação do Fenart. Depois de três anos, o evento que sempre foi uma extensa vitrine da produção artística paraibana, reapareceu com promessa de trazer a nova voz feminina da Emepebê, Céu, além de outras atrações. É a partir do dia 18, com pouco mais de uma semana de atividades.

Foi através do Fic que vimos o Som na Serra em Campina Grande (2004), o Balaio Pop em Patos (2005), alguns livros, videodocumentários, milhares de CDs serem lançados. Nossa gente escrevendo, compondo, criando e recebendo incentivo financeiro. Esse é o principio motor da produção cultural devidamente coberta pelas iniciativas públicas. Apesar de a classe artística achar pouco o incentivo governamental, essas “míseras políticas” são o que salvam os poucos projetos e não deixam o Estado submerso na ociosidade ou ostracismo total.

Já o Fernart é a vitrine na qual todo produtor e artista independente quer se ver na Paraíba. É quando gente de outros Estados vêm aqui mostrar e levar talentos; é quando temos acesso amplo às atrações, bem como às capacitações; é quando compramos os produtos do nosso Estado e, principalmente, é quando percebemos que essas iniciativas tão cada vez mais capengas e em descrença. Enfim, esperemos para ver e criticar a edição deste ano quando ela de fato começar.


A Cabruêra lançou o CD Sons da Paraíba, também patrocinado pelo Fic, no último Fenart.

Crítica especializada atenta
O que se comenta é que o Fenart deste ano vai causar algum constrangimento, principalmente em relação ao local onde será realizado. André Cananéa, um dos mais atuantes críticos da Cultura do nosso Estado, já escreveu no Jornal da Paraíba que “o comunicado da Funesc já adianta um problema que a fundação tem que contornar neste Fenart”. Ele se refere ao Espaço Cultural, que está interditado pelo Ministério Público, “que impede a realização de shows e eventos barulhentos após as 22 horas na Praça do Povo e no Teatro de Arena”.

De 18 a 26 de abril, para se ter acesso à música, ao cinema, ao teatro, à dança, às artes plásticas, à literatura e aos debates, o presidente da Funesc, Antônio Alcântara, conseguiu estender a tolerância para a meia-noite. Isso quer dizer que tudo deverá ser realizado até este horário, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em Tambauzinho. Depois, voltamos às ruas, à procura de algum gueto que abrigue os amantes da arte e da noite.

Programação
Segundo Cananéa, a programação completa só sai no fim do mês. Os primeiros nomes revelados pela fundação é o do músico Arnaldo Antunes, que será o convidado da Orquestra Sinfônica da Paraíba na noite de abertura; Céu, a ganhadora do Grammy, que mostrará pela primeira vez sua “Malemolência” por aqui; e a ensaísta e crítica carioca Bárbara Heliodora, que é uma especialista em Shakespeare, conforme o jornalista.

Colaboração: ANDRÉ CANANÉA

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