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1 de abril de 2009

*mobilização - JORNALISTAS PARAIBANOS NÃO FAZEM MANIFESTO


1ª MOBILIZAÇÃO - jornal Novos Rumos registrou mobilização na Praça da Bandeira em Campina Grande e em João Pessoa (PB); dessa vez, jornalistas passaram "em branco" por reivindicações da obrigatoriedade do diploma da profissão


Por Valdívia Costa

Daqui a poucas horas saberemos se o diploma de jornalista vai continuar valendo no Brasil. Jornalistas de toda a nação se uniram, de alguma forma, pra defender esse direito que "qualifica" a informação dos meios de comunicação aos quais temos acesso diariamente. Menos os jornalistas paraibanos, acho que os únicos que mereciam ter o diploma casssado. Não é radicalismo, é cansaso mesmo, entrega e sugestão. Sinto vergonha de dizer que atuo num Estado que não participou de maneira nenhuma da defesa do diploma da profissão que escolhi pra seguir.

Como uma andorinha só não faz verão e eu ficaria ridícula falando sozinha no meio da Praça da Bandeira, resolvi escrever. (O que resta a uma blogueira?) Na última ameaça que sofremos em relação ao diploma, em setembro do ano passado, quando a classe jornalística brasileira se uniu contra a liminar que dá o direito de qualquer cidadão fazer jornalismo nas empresas de comunicação, Campina Grande e João Pessoa tiveram mobilizações, tímidas, mas tiveram. Graças ao movimento Novos Rumos, oposição sindical derrotado nas eleições do ano passado.

Agora, passado esse episódio, ninguém disse nada sobre o novo julgamento da obrigatoriedade do diploma de jornalista aqui na Paraíba. Nós, acredito, mesmo sem consultar os colegas da chapa a qual fiz parte, nos sentimos acuados, desesperançados com uma classe que não ouviu e recusou o que tínhamos pra falar. O momento era de mostrarmos coesão, eu sei, mas, diante desse silêncio generalizado, o que poderíamos fazer? A mesma coisa que em setembro do ano passado?

Passei pelos sites dos sindicatos de jornalistas do Nordeste e achei marcante a mobilização de Fortaleza (CE), na qual universidade, jornalistas e assessores se uniram pra fortalecer a exigência do diploma em empregos de jornalismo.

Recife (PE) também não ficou atrás e a classe se reuniu como teria que ser em todos os Estados. Infelizmente, onde não há opinião própria da classe, um pensar que unifique nossas intensões e procedimentos (longe do habitual "graças a Deus estou empregado e não quero confusão com o patrão"), ficaremos a mercê dessas decisões.

Lugares como a Paraíba são pratos cheios pra quem está com a fome de acabar com determinadas profissões. Sabemos que isso tudo se dá pelo neoliberalismo instalado, que faz a Justiça ser pelos empresários, classe financeiramente superior aos dos próprios profissionais que constroem os conteúdos dos produtos midiáticos de jornalismo.

E não é só nossa profissão que vai pelo ralo. Outras que estão "em pé de acabar", faltando seus devidos registros, como é o curso de Turismo no Brasil, podem dar adeus a posição de profisisonal qualificado, caso essa liminar seja acatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), hoje, a partir das 14h00. Com isso, qualquer um que desenvolva atividades tão bem quanto um formado por uma universidade terá chances de conquistar um emprego em jornalismo.

Lei de Imprensa - O STF vai julgar ação movida pelo PDT contestando a Lei de Imprensa, que já teve suspensos 22 dispositivos dos 77 artigos em caráter liminar. O relator da ação é o ministro Carlos Ayres Britto. Na decisão, o Supremo autorizou os juízes a utilizar as regras dos códigos Penal e Civil para julgar processos que envolvam os artigos da Lei de Imprensa que foram suspensos.

Em outro julgamento, os ministros vão analisar recurso do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo e o Ministério Público Federal para decidir, em caráter definitivo, a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

Em julgamento de liminar em novembro de 2006, o STF garantiu o exercício da atividade jornalística aos que já atuavam na profissão, independentemente de registro no Ministério do Trabalho ou de diploma de curso superior na área. O ministro Gilmar Mendes é o relator do recurso.

CAMPANHA NACIONAL DA FENAJ

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Colaboração: Agência Brasil

3 comentários:

Aninha Santos disse...

Val, vou copiar essa postagem no meu blog, posso?

O sindicato aqui em Brasília é bem atuante e fico triste ao perceber a fraqueza do nosso (estou aqui fisicamente, mas meu coração continua preto e vermelho com um NEGO escrito em branco).

Pior mesmo é saber que isso é consequência do envolvimento da maioria dos profissionais paraibanos na politicagem que impera na nossa "Terra Amada" e consegue jogar tudo -- de legislação à cultura, de ética à arte -- na lama.

Sobre o "VALE A PENA ACOMPANHAR" é a corrente mais louca que já vi. ahuuahhua Li o blog do Ramon e ele tava indicando meu blog e contando que tinha sido indicado, fiz a mesma coisa copiando a figura no meu próprio blog mas pelo menos avisei as pessoas que elas tinham sido indicadas. Penso que deveria ter um cadastro, um blog dos blogs ou coisa do tipo... vou perguntar pro Ramon, e se ele não souber nada a respeito vou apurar até chegar à origem da proposta.

Beijo grande amiga, e continue na luta. Muitas batalhas serão perdidas até que enfim vençamos essa guerra. Cá para nós acredito que mesmo tendo que esperar algumas gerações, a ética e o bom jornalismo sairão vencedores, tudo dependerá da persistência de pessoas como você, e tantos outros que continuam acreditando que a luta vale a pena.

xistosa, josé torres disse...

Aqui, longe do problema, já "vi" o que se está passando.
Jornalista faz de político e político faz jornalismo e depois é a promiscuidade geral.
Qualquer macaco escreve umas "baboseiras" para adoçar os neurónios dos grandes.
Então quem faz o jornalismo?
O faxineiro? Por muito respeito que tenha por ele.
Assim ao longe, penso que algo de política se está metendo de permeio.
Ninguém acredita que não é só o diploma que tem peso na profissão.
Tem o honor, a responsabilidade e a consciência.

Que venda esta ... ainda se admite, (cada um tem o seu preço), agora a falta do diploma é imperdoável.
Não é esse título que faz o jornalista.
Mas um diplomado tem sempre um código de conduta.

Espero que vença a guerra, batalha a batalha!

Um abraço de solidariedade.

Eva Duarte disse...

Queridos colegas!

Não vou pedir desculpas nem tenho escrúpulos ao dizer que essa batalha já está perdida!

A terrível qualidade dos profissionais saídos das "universidades" particulares têm engrossado levas de (semi)analfabetos diplomados!
Sou jornalista formada há quase 12 anos, com Mestrado na área e atuação em diversos ambientes da Comunicação.
Fui professora universitária durante um ano, período em que tive alunos que não sabiam nem onde se colocava o til do não.
O que existe hoje são consórcios de diplomas, em faculdades que nos obrigam a passar os alunos semestre após semestre desde que as prestações estejam pagas, igualzinho ao carnê do Baú da Felicidade!

Meu diploma, onde está?
Perdi, assim como não tenho mais o gosto de dizer que sou jornalista.
Fui, um dia.
Hoje, vocês podem ficar com a finalista do Big Brother como representante.
Minha mãe me chamou para dizer que havia uma jornalista entre os 3 do BBB9 e acrescentou: ela pagou todo mês em dia!

Uma piada?

Acho que todo mundo pode escrever. Pra mim, jornalismo devia ser especialização, só para aprendermos a técnica. Afinal, em que faculdade ainda se reflete sobre a prática, ainda se lê sobre Semiótica, ainda se lê?

Abraços,
eva duarte