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10 de dezembro de 2009

*Feira - Shows em mercados competitivos


DESENCANTO - proprietários de grandes casas de shows reclamam da falta de público em apresentações de artistas consagrados, como Caetano Veloso. imagem: Val da Costa


Por Valdívia Costa

O mercado competitivo da música começa a ser desenhado pela Feira Música Brasil 2009, em Recife (PE). No primeiro painel do evento, hoje, dia 10, "O mercado de shows no Brasil - um raio-X", explanou como o show ao vivo pode melhorar a condição do artista. Antes um mercado vasto, diverso e comum a todos os músicos, hoje esse tipo de apresentação está formando públicos cada vez mais específicos, abrindo espaços para artistas de determinados nichos.

Mediado pelo manager e diretor executivo da Feira, Carlos "KK" Mamoni Júnior, o painel contou com os debates do músico, particpante do grupo Móveis Coloniais de Acaju, Fabrício Ofuji, o diretor do Sesc São Paulo, Felipe Mancebo, o representante do HSBC, Paulo Amorim e o curador do Studio SP, Alexandre Youssef.

O painel discutiu como está a temperatura do mercado de show nacional. Uma das questões levantadas é se o show ao vivo está realmente funcionando como uma receita necessária pra contrabalançar a queda nas vendas dos CDs e a decolagem da música no mundo digital.

Com uma visão totalmente comercial, Paulo Amorim foi o comentador que exibiu uma realidade até desconhecida pela galera do Nordeste que curte rock. Uma das 'profecias' soltas por ele foi que "o pop rock nacional já era". Segundo Paulo, o mercado nacional está cada vez mais aberto pela globalização, permitindo a entrada de pops internacionais, como Lady Gaga, que vem aumentando o público no Brasil consideravelmente. "Nem Lulu Santos, nem Pitty lotam mais shows", afirma.

Apesar dessa realidade não ser exagerada nem tão distante de dominar um mercado musical nacional, o curador do Studio SP, que possui uma casa de show de porte menor que a casa de Paulo, defende justamente o contrário. "É o momento da flexibilização dos artistas", garante. Pela lógica de Alexandre, os grandes nomes estão passando por déficits econômicos atualmente. Mas ninguém sabe calcular o tamanho do prejuizo.

De acordo com ele, o interessante ao final de uma Feira como a que está movimentando o Recife Antigo é chegar a uma fórmula de se caucular o Produto Interno Bruto (PIB) da cultura de uma região. Uma das questões mais criticadas durante esse painel foi a porcentagem destinada pelas secretarias de Cultura, em alguns casos, menos de 1% do orçamento estadual.

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