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16 de fevereiro de 2010

O LIVRO NA EDITORA POR DEMANDA


PIONEIRO - Depois de anos de silêncio na literatura, Campina Grande-PB teve o primeiro bate-papo, já com público ávido, num Encontro da área, com escritores distintos de métodos artísticos e de públicação no mercado editorial. | fotos: Val da Costa

VALDÍVIA COSTA

Das coisas mais interessantes que ouvi durante o 19º Encontro da Nova Consciência este ano foi saber que posso publicar um livro por demanda. Assim como as gravadoras, as grandes editoras, majors do ramo, também estão diminuindo seus impérios. Antes, um escritor tinha que ter verba o suficiente para uma tiragem de, no mínimo, mil exemplares. Hoje, o negócio pode ser feito como experimento, por editoras que trabalham por demanda.

O escritor Ricardo Kelmer foi quem deu a deixa, durante duas mesas-redondas da Nova Consciência. No 1º Encontro de Literatura da cidade, ontem, dia 15, ele aprofundou mais o que seria esse tipo de publicação, indicada para o primeiro livro sem grande estardalhaço de tiragem.

O assunto rendeu uma longa conversa entre os participantes do Encontro, que também contou com a presença do escritor, dramaturgo e jornalista, Astier Basílio. Mais acadêmico e cauteloso, Astier prefere entender a literatura pelo conceito de arte. Sem discriminar as novas tecnologias nem esse tipo de publicação, ele falou do mar de livros que se tem hoje em dia e que não se aproveitam, devido a falta de conteúdo.

De uma certa forma, os participantes concordaram com ele. Mas a maioria entende que uma nova ferramenta de escrita, como o blog, que pode virar livro um dia, não deve é ser mal administrada, mas sim bem aproveitada. Astier tem razão. Quando vemos os processos de produção, tanto de livro quanto de CDs, atualmente se desmancharem numa difusão rápida, via internet, é sinal de um acelero que interfere na qualidade artística.

Afinal quantas bandas sem preparo vemos nos palcos se auto-intitulando artísticas? Quantos livros não conseguimos ler, frutos dos improvissos virtuais que as editoras lançam sem critério?

Ainda assim, acredito que nada é tão ruim ou tão bom o quanto parece. Se usamos o blog como um campo de pesquisa, de aferimento, de teste, ótimo, temos mais um aliado na literatura. Outro assunto é os seus 300 comentários diários lhe motivarem ao ponto de você pensar que já pode competir nesse universo virtual e sair com um livro sem a imprimível arte.

A editora por demanda é um recurso, não deixa de auxiliar. Mas nós aspirantes a escritores temos que ter um preparo pra encarar qualquer mercado com uma publicação. O Encontro foi produtivo nesse sentido, de trazer visões distintas sobre um tema que é bastante recorrente atualmente, a identidade literária e seus desdobramentos em mídias no mundo globalizado.

Bem fizeram Bruno Galdêncio, Janaílson Macêdo, João Matias de Oliveira e todos da Blecaute em promover a literatura paraibana num momento de discussões universais sobre a paz. As artes são sempre bem-vindas, mas nesse contexto, a parceria foi certeira.

2 comentários:

Marcos Moraes disse...

Val muito massa o texto! vou baixar o Audio da palestra no 4shared e depois mando o linck pra vc fazer doenload se quizer.

xistosa, josé torres disse...

Até parece o lamaçal em que se encontra a publicação de um livro em Portugal.
Parece ser um problema irmão.
Deste lado, se conseguirmos quem imprima o livro, temos que pagar a distribuição e a percentagem das livrarias.
No fim, se as contas forem bem feitas, o autor intelectual, pode receber 2 a 5 % do preço do livro?
Se não for um "monstro" consagrado das letras, alguém produz um livro?
(se tiver uma asa que o proteja do sol, também pode ir longe.Mas tem que possuir amigo bem colocado).

Os pequenos nunca chegarão longe, mesmo que tenham passadas mais largas.

Cumprimentos.