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20 de setembro de 2010

CALÇADA

INTROSPECTO - Para os dias reflexivos... poesia de junho de 2004 | imagem: Nescritas
VAL DA COSTA

Dispersos passos
indignos da minha calçada.
Uma hora marcam um caminho
outra, só passam.

Quantos pés pisam o tempo?
Ninguém nota, eu anoto.
Cinco milhões se enfurecem
outros cinco só andam.

Nas calçadas, nos calçados
não há marcas do tráfego.
Penso, olhos nos pés no chão.

Quando já é madrugada
espia calada a calçada.
Ninguém pisa nela.

2 comentários:

Toninho disse...

Massa demais...

Anderson Ribeiro disse...

Tinha feito um rabisco certa vez sobre o tempo, o passo, o espaço, a visão. Cemecei bem e parei, como os andantes da sua calçada na madrugada.