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13 de outubro de 2010

NEO-CORONEL

RIGOR - Todo "pleba" que se preza tem um arsenal visual e sonoro de coisa ruim que ele leva pra todo lugar (Pato Donald atrás das garrafas)... a gente que aguente! | imagem: Fotolog

VALDÍVIA COSTA

Um perfil arrojado e deselegantemente imponente se destaca nos Interiores do Brasil, o neo-coronel. Dotado de muitos bens materiais, muitas vezes incontáveis, este ser contemporâneo tem perfil que merece ser descrito, além de, lógico, evitado. O visual que este cavaleiro moderno da cafussagem tem é complexo como sua mentalidade: poluição de cores, formas e vocabulário. Ele é a própria ejaculação precoce do povo aculturado. Conhecido também como o playboy nordestino, este modelo não para de ser copiado inadvertidamente.

Em cidades como as do Sertão, dominadas pelos antigos donos das grandes fazendas e pelo dinheiro que estes "derramam" em nome da aparição pública, o neo-coronel prefere um boné de Fórmula 1 ao invés do tradicional chapéu de vaquejada. Mas nem precisa dizer qual o "esporte" favorito desse tipo de homem. Na falta dos bois pra apreciar as tradicionais crueldades, o estiloso homem, meio metrossexual, meio lutador de jiu jitsu (!) passeia pelas ruas monótonas e sem arte da região.

O passatempo agora é o famoso "pega", que está presente desde as cidades menores às maiores, como diversão de gente oca, tão vazia quanto o cofre dos pais ficam após uma "aventura" desses playboys sertanejos! Fingem que são vaqueiros pra os pais, donos das propriedades maiores. Interpretam bem ao casar, mas nunca abandonam a vida de "raparigueiro".

O perfil de mulher que se atrai por este estereótipo? A mais bombada, escandalosamente linda e totalmente desprovida de cérebro que existir. Acredite: esse "modelo de feminilidade" cresce a olhos vistos no Interior... vire e mexe tem uma dando "rabissaca" (chicotada com o cabelão ou megahair). É a forma mais peculiar delas atraírem o neo-coronel.

Chega dá saudade quando vemos esse novo cenário "cultural" nos interiores. Antes, o coronelzinho ia pra Capital, voltava letrado, recitando poesias pras negras escravas ou pardas agregadas e delas terem uma noitada deliciosa de amor e dengo. Hoje, só as blonds interessam! Elas vestem-se como num padrão, passam aquele perfumezinho francês paraguaio, um shortinho, pernas talhadas a muita dedicação acadêmica fisiocultural... os coroneizinhos deliram... transam, fazem filhos bastardos, depositam-nos na sociedade como despachos, quando não os abortam em clínicas VIPs.

Mas um neo-coronel sem o seu arsenal de coisas pós-modernas não é ninguém. Por isso, eles preparam um carro armazém, com bebidas das mais baratas e chulas, copos infantis que sinalizam essa infantilidade toda desapercebida por eles e, não podia faltar, a trilha sonora da "gota serena"! São forrós, bregas, lambadas, axés, sertanejos universitários e outros ritmos calientes dos mais procurados pelos jovens sem educação e cultura nas rádios compradas.

Os apelos ruidosos que aquelas guturais orgias, narradas nas trilhas, são espalhados pelas praças, calçadas e feiras... ganham o mundo sem direção, apenas catando um ouvido pinico que sirva para descarrego. Muitos são os que curtem, "dançam", simulando orgasmos múltiplos, transas alucinadas e prazeres nunca antes sentidos... é a festa do AP do playboy nordestino, que não está em espaço privado, mas cada vez mais público e amplamente divulgado!

3 comentários:

Toninho disse...

Pode crer nega... é quase um arquétipo barbaresco dos nossos dias.
Lamentavelmente triste de ver.

xistosa, josé torres disse...

Me fez recordar na minha meninice, os pseudo-ricos do volfrâmieo ou 'tungstênio', que tresandavam a nada fazer e "sacando" duma nota de 1000$00 (muitíssimo dinheiro nessa data) pegavam fogo e depois acendiam o cigarro.
Podem não acreditar, mas era uma vulgaridade entre os , não os neo-coroneis, mas uma raça idêntica.
Sempre haverá os que só usam a parte da frente da camisa, que é a que se vê e nas costas a porca miséria da sua inteligência.
Para estes bonecos, só poderiam ter sido inventadas "bonecas" que pertencem à mesma família obtusa ou imbecil.
Por aqui chamamos-lhes "cromos"; parece que no Brasil são 'figurinhas'
Um abração

Anderson Ribeiro disse...

Putz, conheço e já vi um monte desses. Vc esqueceu de descrever que quando estão em sua 'boate ambulante' adoram ficar sem camisa pra mostrar o resultado da bomba. Lembro, qie quando estava num bar e chegavam esses e colocavam seus sons potentes com suas músicas desprezíveis, comentava: "Você nunca vai ouvir alguém que gosta de Chico Buarque fazer um negócio desses". Hahahaha.