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10 de novembro de 2010

APIFRUTICULTURA É SAÚDE SUSTENTÁVEL

PRODUTIVIDADE - Unir culturas tanto melhora a qualidade do mel quanto protege a natureza, segundo pesquisas. | Imagem: Marcus Antonius
VALDÍVIA COSTA

Associar culturas e criações de animais tem gerado resultados positivos para o bolso e para o meio ambiente. Na apicultura não é diferente e os parceiros do projeto Apis do Brejo, Curimataú e Seridó paraibano incentivam essa prática sustentável na agricultura familiar. Além de lucrar no cultivo do mel com mais qualidade, o produtor ainda aumenta a produtividade das frutas devido ao processo de polinização.

Um dos parceiros do projeto, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), está investigando a cadeia produtiva para estimular as boas práticas agropecuárias, orientando e adequando o cultivo apícola às normas sanitárias de segurança alimentar. O projeto atesta a qualidade do mel com análises laboratoriais e sensoriais.

A mestranda Verônica Lins observou que o mel da cidade de Tacima contém alto teor de açucares devido à freqüente presença de néctar das flores de cajueiros. “Cultivar mel próximo a plantações de caju é comum na região. Essa cultura agregada também serve para melhorar o fruto, além do mel”, explicou o presidente da Cooperativa Regional dos Produtores Rurais (Coaprodes), Paulo Rech.

O exemplo é Francisco Guilherme dos Santos, da cidade de Dona Inês, que chegou a aumentar a produção de três mil quilos para mais de cinco mil com o apiário próximo aos cajueiros. Isso é prova de que o envolvimento com a produção apícola é importante também para a economia local.

De 2004 a 2010, os cooperados venderam 55 toneladas de mel a Conab, que distribui o produto na merenda escolar. “A cooperativa doou mais de 200 mil mudas de cajueiros, mangas, jaca, entre outras espécies”, diz Paulo. O projeto Apis nessas regiões é apoiado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Incra, Petrobras, Senai, Fundação Banco do Brasil e Sebrae Paraíba, além dos já citados.

Cultivo errado - Os consultores observaram também o modo errado de cultivo. “Eles queimavam as abelhas, sem noção nenhuma, e chegavam a queimar árvores centenárias”, explicou Mário Dias, consultor do Sebrae. O mel retirado queimado era espremido em qualquer pano, saia sujo e escuro, era engarrafado sem garantias.

Cultivo correto – Mas os pesquisadores ensinaram o cultivo correto. O mel é retirado do apiário, extraído de colméias padronizadas, levado à Casa da Coleta onde é centrifugado e decantado. É feito um beneficiamento no entreposto, onde é avaliado, envasado e etiquetado em bisnagas, potes e sachês. “Assim, a cooperativa garante a qualidade da cor, odor e sabor, além da umidade, açucares e acidez”, explicou Verônica.

Resultados – Atualmente, o projeto conta com 22 cidades, 300 apicultores, 10 associações, uma cooperativa, 1780 colméias e produtividade de 52 toneladas/ano, segundo dados de 2009. Acesse a campanha nacional de incentivo ao consumo do mel, porque “o produto é natural, bom para todo mundo a toda hora”, como diz no site promocional. “O intuito da campanha é aumentar média de consumo de mel/dia, por pessoa, incentivando uma cultura alimentar saudável, rica em nutrientes”, lembrou Thiago Jatobá, gestor do projeto pelo Sebrae.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

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