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2 de fevereiro de 2011

PARAÍBA NA ROTA

GENTE - Milhares de visitantes estão vindo mais à Paraíba nos últimos anos; Estação Nordeste é um dos "chamas" | Imagens: Fabrício Pimenta
 # Mais alguns anos e a Paraíba vai mostrar bons resultados na economia da cultura. Até que enfim a Capital João Pessoa encontrou um evento musical a altura de qualquer Capital nordestina que receba visitantes de todos os lugares. 

O quente e vibrante Estação Nordeste conseguiu reunir públicos de até 10 mil pessoas no Ponto Cem Réis e mais de 30 mil na praia de Tambaú durante um mês de atividades. Junta-se esse eventão com outros menores pelo interior paraibano, está feito o prato que o turista come o ano todo, recheado de trabalhos autorais e com cara de novas obras artísticas.

Antes, um visitante da Capital rodava muito para encontrar um pequeno gueto fazendo um som bacana, com cara de trabalho sério, promissor, sob o ponto de vista estético, sonoro e de mercado. O engraçado é que o Estação Nordeste ainda foi criticado quando criado, porque surgiu pra enterrar a caquética Micaroa.

Ainda bem que foi um enterro bem feito, daqueles em que todos descansam em paz (risos). Mas, o novo evento, rendeu muito. Três anos de evolução, eu diria, e de consolidação de um público diverso. Os vizinhos do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte estão aumentando a demanda de transportes tipo caravanas para chegarem aos shows oferecidos gratuitamente.

Gringos, a cidade sempre recebeu pelas suas belezas naturais, suas praias lindas e limpas e sua gente bonita, oferecendo isso ou aquilo. Mas, no Verão, eles todos curtem um som e consomem diversos outros produtos culturais, por isso Jampa está antenada, oferecendo apresentações de chorinho nas praças e feirinhas de artesanato.

Do ano passado para cá ganhamos algumas boas novidades. O Salão Internacional do Livro foi uma das coisas reveladoras e já foi aprovada a segunda edição para novembro deste ano. Mas a novidade maior, também em João Pessoa, será a Feira da Música, um evento que poderá ajudar mais ainda a cadeia, formando, inclusive, novos profissionais dessa área.

Para acompanhar tudo isso, informação, que tem que chegar ao visitante ou a pessoa que se pretende atrair para cá. Os produtores culturais, agora recebendo mais apoio da novíssima secretaria de cultura, se envolvendo em regionais de produção cultural nas microrregiões e criando novos elos dessa imensa rede que começa a tomar corpo, terão um anuário sócio-econômico, um guia de música e um mapeamento do calendário de eventos de todo o Estado.

Tudo para a Paraíba mostrar o potencial e fazer negócios, criar uma base sólida e indestrutível não só de produção, mas de circulação, distribuição e difusão para o Brasil e o mundo. Embora pareça tudo caminhando bem, com todas essas news, todo profissional dessa área vai se deparar com um rijo dedo que representa o "não" do público. Sim, podemos ser uma massa muito maior curtindo isso. Mas o povão ainda pede o lixo que a rádio e a TV sugerem.

Como sou muito militaresca, ainda acho que poderíamos criar um método de lavagem cerebral. Para tirar os chicletizantes hits plastificados da cabeça desse povo-gado só um tratamento de choque. Algo do tipo: doze horas/dia de manutenção sonora e comunicativa sobre os artistas nordestinos e suas produções resistentes a ouvidos caleijados de tanta fuleiragem.

Quem sabe ano que vem num Estação Nordeste desses? Precisamos cooptar mentes. Como os interioranos já chegaram a ocupar espaços nesses eventos, Toninho Borbo e Sex on the Beach de Campina Grande, é possível que um dia não se precise mais dessa referência ultrapassada que um artista paraibano tem que fazer ao "abrir" um show de um artista midiático internacional. Isso ainda é brega, como na imprensa. Mas, estamos num ótimo (com)passo.

#valdívia costa

3 comentários:

Toninho Borbo disse...

É verdade Val... o Estação Nordeste veio pra enterrar essa subcultura de massa. Creio na produção artística da Paraíba e que ela não deve a Seu Ninguém.
Parabéns, vamos em frente.

ALÊ MAIA disse...

É isso Val. A Paraíba tá no caminho certo. Esta década será marcante para as artes e a cultura paraibana. Penso que a Secretaria de Cultura chamar o povo para a discussão é um bom início. É a hora!

De acordo com disse...

É vero, Alê! Andar pelo Estado, conhecer quem está fazendo o que, é uma abertura nunca antes vista na PB. Seguiremos... ;)