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19 de agosto de 2011

CIBERMETÁFORAS

imagem: Web Diálogos
# Uma tela que exala tédio. É isso que sinto quando olho para você e seu nada novo perfil virtual. Se o que você fala não chega às multidões, o desespero emerge aflito em seus 8 mil twitts. Eu noto. Nem um pássaro twittou tanto em sua vida quanto você em sua página com 200 seguidores! 

Posso até curtir o que escreveu, mas dentro de mim tem gelo seco e tudo resfria nessa ânsia high tech... Saio daqui para a lan house e publicizo meu repúdio. Mesmo que por cibermetáforas! Divergimos e isso me afeta ao ponto de ser sarcástico, mesmo sem nunca ter mordido ninguém.

Mas ser sincero com você e com o mundo não convém nas redes sociais. Todo mundo é fake no ciberespaço... Um dia foi real a amizade. Um dia, eu visitei os amigos, eles vieram aqui tomar café... Hoje, eu posso inventar o que eu quiser, que você nunca vai saber se foi verdade.

Então, eu sento aqui no meu trono maior, que é o Facebook, e descarrego meus sentimentos, como se a máquina fosse o analista mais expert em ciborgues ou como se ela retirasse de mim aquilo que gostaria de ter dito no domingo, na TV, só que em cadeia internacional.

E foi esse analista quem me disse. "Hoje, as pessoas têm cara e conteúdo de monitor" e eu acreditei porque já ando espalhando por aí que o Orkut é cafona e blá. De todos vêm opiniões atrofiadas ou distorcidas. E esse barulho silencioso me atrai.

Perfil mau humorado, estridente, retumbante até, eu ignoro. Tive que criar regras para usar uma rede. Porque nem tudo é para ser dito, isso eu aprendi. Nem tudo conta ou é relevante. A não ser que você queira ser leviano. Aí, é outra forma de se projetar.

Um dia alguém me disse no bate-papo: "no cru, sou pedra atirada em motim na Febem". Aí pensei que devia criar um escudo.
#valdíviaCosta

6 comentários:

Marlo Simaskowsk disse...

Ouvi falar que, antigamente, as pessoas conversam pessoalmente na rua! Cara a cara!

Anderson Ribeiro disse...

E assim sou onipresente. Posso estar em qualquer lugar e desfrutar de qualquer sentimento para que outro perceba e divulgue por aí, que nem tenho saudades do tempo que vivi na mesma cidade que ela. Sou tudo, todo e o máximo. É assim que parecemos aos outros. Somos FAKES e nos desperdiçamos. Lindo texto.

toninho borbo disse...

Vai rolar outro post, ou esse é o eterno post.

De acordo com disse...

Kkkk... vc me paga, Toninho! mas vou postar em breve, só q vou bloqueá-lo, a partir de agora. vc é mto perigoso...

xistosa, josé torres disse...

Bem, no Facebook, Twitter, H5, Orkut, Quepasa... e sei lá que mais, somos sempre o supra-sumo um degrau da escada da vida acima dos outros.
Por isso diz-se ou escreve-se o que não tem interesse mas nos anima o ego.
Não sabia que havia maus humorados...
Talvez o escudo seja uma boa solução.

(eu não tenho problemas desses. Não percebo nada de redes sociais)

Cumprimentos e uma boa semana.

Anderson Ribeiro disse...

Ainda bem que o Toninho não lê meu blog, senão ia me dar o maior esculaxo. Hahahaha. Tá mais parado que tudo.