seguidores

14 de dezembro de 2011

RANCORES

"Como é bom não ouvir nem ver ninguem." | Alone Henri Toulouse Lautrec: A vida não vale um conto

As pessoas ficaram, magoadas, para trás. Muitas esperam, até hoje, uma retratação, um pedido de desculpas que seja... Mas nada chega a elas. Dobraram e guardaram os maus momentos no baú. Colocaram duas ou três bolinhas de naftalina e o fecharam com cadeado.

De tanto que fizeram isso, com todos, a solidão se acentuou. Sabe como é sozinho? É a insuficiência de acordar e dormir sem ninguém.

De tanto que se isolaram, esqueceram como se comunicar, como tratar um ser humano... Nada demais! Até porque todos são propensos a erros, defeitos... Mas a sensação é que não basta ser único.

As pessoas ficaram, amurrinhadas, bem para trás... Feriado. Passa-se um deles com elas e nota-se que a companhia é espinhosa.

A cautela é servida com o almoço. O convencimento de uma nova atitude vem com a sobremesa. Um neto, às vezes, consegue ganhar um sorriso ou um carinho... Mas os filhos, todos, são imprestáveis. Mesmo eles fazendo os netos...

O tempo foi passando e arrastando uma imensa corda com rancores pendurados. Um barulho enorme que muitos fazem questão de exibi-los no peito...

Blééém, blééémm... vai passando a avó. Prumpt! sentou o tio... (quase esmaga um bem-estar matutino)... nhé-nhé, nhé-nhé, nhé-nhééé... mexe a mãe na porta que ninguém conserta.

Não dá pra dormir com tanta mágoa!  

#valdíviaCosta

3 comentários:

Ivana disse...

Legal como vc consegue colocar beleza na crueza da realidade. Linda tua sensibilidade! Bjo

Anderson Ribeiro disse...

Solidão do tempo que nos esmaga feitos os que nos esquecem, como se fôssemos desimportantes. Tem texto novo sobre o tempo lá no artorpedo. Espero sua visita.

De acordo com disse...

Obrigada, lindona! Ah, se tudo q fosse ruim pudéssemos depurar assim... rss É foda o esquecimneto, Anderson. Adoro o Ar Torpedo! Bjs!