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30 de abril de 2013

COM OU SEM SIGNO


Imagem: capturada do Equador das Coisas, da artista Mala Lesbia ("Deer clock with coffee in it")
Por Valdívia Costa
Seria bom se descobríssemos os significados de todas as coisas e pessoas. Colocaríamos uma estrelinha de “signo descoberto” e seguiríamos, indicando para que serve objetos e seres vivos. Veio uma ideia possível... SIGNO = SIGNIFICADO + SIGNIFICANTE.

O signo, como disse o linguista e filósofo suíço, Ferdinand Saussure, “é a união do conceito com a imagem acústica”. Seria como unir o mundo das ideias – significado – e o um não-som material, a impressão psíquica desse som – significante. Os dois, juntos, formando um signo.

O conceito (ou ideia) é a representação mental de um objeto ou da realidade social em que nos situamos. Ou seja, o significado é a representação condicionada pela formação sociocultural que nos cerca desde o berço, conforme Saussure.

Sentido, tudo tem. Nem percebemos tudo muito bem. Mas todas as coisas e seres vivos produzem significado. Não os entendemos, às vezes. A interpretação é falha mesmo, assassina o significante e libera milhares de signos... Distrai. Mas não é verdadeiro.

Noutras palavras, para Saussure, conceito é sinônimo de significado (plano das ideias), algo como o lado espiritual da palavra, sua contra-parte inteligível. Em oposição, o significante (plano da expressão) é sua parte sensível.

Concluindo, o signo linguístico é uma entidade psíquica de duas faces (significante + significado). Estão intimamente unidas e uma reclama a outra. Não há significado sem significante. Significar é andar e viver. Acompanhamos o tempo e sabemos como são os caminhos, os elementos... Até nas entrelinhas. Elas são as mais retroalimentadas de significados.

Para concluir mesmo, de verdade, vamos ver um exemplo que o filósofo deu:

(...) quando alguém recebe a impressão psíquica transmitida pela imagem acústica (ou significante). Graças à ela manifesta-se fonicamente o signo copo. Essa imagem acústica, de imediato, evoca psiquicamente a ideia de recipiente utilizado para beber algo. Poderíamos dizer que aquilo que o falante associa com o significante é o significado vaso. (Fonte: Dicotomias Saussureanas)

“Eu li algo nas entrelinhas...” Dizem isso sempre que algo fica oculto, muitas vezes uma opressão. Comentam que um signo se escondeu numa entrelinha e nunca mais retornou. Quem vê-lo saberá do que estou falando. 

Longe de mim querer entender um mestre como Saussure e querer “dissertar” sobre suas teorias. Só quis atiçar a curiosidade. Quem escreve muito sobre ele são os blogs Semióticas e O Equador das coisas.

Aprofunde-se neste assunto interessantérrimo, de pirar qualquer estudioso, ouvindo Aparente Coisa, do Toninho Borbo. 


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