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17 de abril de 2006

Notícias do Cuca Gaúcho




14.4.06
TEIA
Nesta estrada sinuosa que trilhamos, aos trancos e barrancos, acidentes e porcos agourentos ou perturbadores - que fazem pairar um ar de desengano mal-cheiroso - chegamos a São Paulo para participar do TEIA-mostra de cultura do Brasil e economia solidária.
Numa costura desorganizada, a TEIA - evento proposto pelo Ministério da Cultura e o SESC-SP, reunindo os pontos de cultura e outras iniciativas - foi-se formando, deixando alguns buracos, mas também se fazendo bastante densa em certos pontos.
Numa primeira mirada, o Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, parecia ocupado por um mercadão voltado para o consumo de produtos e culturas. Mas, ao traçarmos nossos itinerários dentro do espaço, íamos ligando os pontos e construindo nossa teia simbólica de contatos e conhecimentos.
Ao final do percurso pelo prédio, podemos nos regozijar de participar de um país que ainda mantém uma diversidade tão ampla, mesmo dentro dessa era de padronização globalizada.
Num Espaço Preto Ghóez tomado de atividades - talvez até em excesso -, o Núcleo de Teatro do CUCA apresentou 'O Pacto', com ótima recepção do público presente [vide fotos abaixo]. Demonstraram seu prestígio e qualidade, com o mérito de ter sustentado o espetáculo em grande parte em sua atuação, uma vez que, diante dos grandes ruídos produzidos pelas várias atividades paralelas, não chegaram aos ouvidos dos espectadores.
Os mesmos ruídos talvez que permeiam nossa comunicação enquanto ocupantes desta teia-espaço social em que se ligam UNE-CUCA-MinC-MTE-Governo-Min. da Fazenda-Casa Civil-Congresso[que no descaso cada vez mais estridente não vota o orçamento2006] e todas as forças contraditórias que atuam nesse processo-Brasil de que participamos.
No mesmo Espaço Preto Ghóez, as manifestações culturais foram permeadas pelas manifestações políticas, revelando o protagonismo dos agentes culturais, a maioria deles do CUCA, que levantaram o debate sobre as debilidades e alternativas do Programa Agente Cultura Viva com o Erik, responsável pela ação no MinC.
Um CUCA ainda por superar o trauma de seu estilhaçamento e na espera de ter a situação financeira - sua e de seus (ex)integrantes - sanada, conseguiu recobrar um pouco de seu fôlego e entrosamento, buscando inspiração em trabalhos de outros grupos. Como o Tá na Rua, do Rio de Janeiro, que desenvolve uma proposta de teatro de rua mais acessível e espontâneo, tentando envolver o espectador e despertá-lo para a história do país.
Nossa ida ao TEIA, com agentes, oficineiros e o espetáculo - mesmo num momento ainda crítico -, foi muito positiva para compreendermos que o que foi construído no CUCA é um trabalho competente e de qualidade. A partir das outras experiências com as quais mantivemos contato, e com as nossas próprias, precisamos agora buscar um caminho para a retomada.

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