Gil - show em Jampa, na última sexta-feira | foto: Dalmo Oliveira
Esse é um relato duma noite meio que mágica, meio que trágica. Mas o que se sobressai mesmo é a magia! Quando encontrei o Gilberto Gil, minutos antes do início do show, ele tabulava uma tranquila conversa/entrevista com o Sílvio Osias, renomado jornalista de cultura da cidade. Fiquei esperando minha vez e prestando atenção no papo dos dois. Aproveitei para fazer umas fotos desse encontro antropocultural proporcionado por aquele flagrante inesperado.
Imaginava, minutos antes, enquanto vínhamos no carro pro local do concerto, o que ele pensaria em se apresentar num canto com emblema tão sui generis: Jacaré Pop. "Porra, botar o Ministro pra tocar no Jacaré é sacanagem! É ou não é Tadeu?". O cara cansado de tocar em estruturas como as do Canecão... Mas o poeta tem razão, e o bom artista deve ir aonde o povo está. E lá estava Gil e seu público sedento e apaixonado.
Quando, enfim, a produção começou a avisar ao Gil que o espetáculo começaria pontualmente às 11h30, e o Sílvio foi embora com sua filha, pude pedir um minuto da atenção de um dos meus maiores ídolos vivos na MPB. Expliquei que também sou jornalista e que trazia algumas "lembranças" para ele. Primeiro dê-lhe um exemplar do último CD do Toninho Borbo, "Para fins de mercado", explicando que se tratava de uma nova (e boa!) geração de músicos de Campina Grande.
Depois ofereci uma camiseta de nossa campanha do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba. Com a frase "Jornalismo combina com ética". Expliquei que o produto fora produzido com tecidos do algodão da variedade naturalmente colorido, desenvolvido pela Embrapa, que, por coincidência ou não, também fica na Rainha da Borborema.
E por último, tirei da sacolinha um exemplar duma cartilha sobre anemia falciforme, recém lançada na cidade de Salvador, numa parceria da ABADFAL com as secretarias municipais de Saúde e de Educação de lá, especialmente pensada para o público escolar.
Gil falou que conhece a hemoglobinopatia que possuo. "Atinge mais nós pretos, né!?", disse-me. Daí revelei que queremos desenvolver um projeto para a mídia televisiva e internet com depoimentos de personalidades nacionais afrodescendente e de outras etnias, explicando para a população, em rápidos spots, aspectos da doença falciforme, que hoje é, reconhecidamente, o maior problema de saúde pública brasileiro e, mesmo assim, a população não tem informação.
"Procurem-me quando estiver tudo pronto. Pode me procurar", disse. Dê-lhe boas-vindas à Paraíba, agradeci e sai. Fui curtir o show magnífico que ele e sua mágica banda realizaram naquela noite, para um púbico, digamos, modesto prum cara como o Gil. O que se seguiu foram DUAS horas inteiríssimas de uma apresentação absolutamente inesquecível para mim.
(...) Leiam o resto no blog do jornalista, Direto do Sanhauá
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