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26 de abril de 2009

*agressão - Truculência em nome da lei


FRONTEIRA - jornalista defende quem denuncia | imagem: blog Banana da Terra

Por Silvio Souza*

Atos de truculência e estupidez por parte de Policiais Federais que se aventuram por Roraima mais conhecida como terras de Macunaíma, Estado que faz fronteira com Venezuela/Guiana Inglesa não são novidades para ninguém. Podemos citar inúmeros como o do policial federal, integrante da Operação Upatakon - responsável pela desocupação da área indígena Raposa Serra do Sol, que em momento de happy hour na Orla Taumanan - ponto turístico da cidade, que ao ver sua honra ameaçada por um jovem, não titubeou, sacou a arma e deu uma de Lampião. Além dos tiros em meio a multidão, ameaçou de prisão meia dúzia de desafetos.

Relembro o fato para contar mais uma encenação, “piti”, de uma policial lá pelas bandas da fronteira Brasil/Guiana, relatado por uma amiga. Sem opção de lazer e cedendo aos atrativos comerciais do país vizinho, ela e um grupo de amigos partiram para Lethen - primeira cidade da Guiana, que mais parece uma cidade fantasma do velho oeste americano, mas vende produtos sem isenção fiscal, ou seja, livres dos impostos abusivos do Brasil.

Ao retornar, se surpreendeu com a abordagem nada amigável de uma policial federal que fazia “as honras” da casa, responsável pela imprescindível fiscalização na fronteira. A policial solicitou, de pronto, os documentos de identificação de apenas dois passageiros homens: um negro, baiano, e outro, índio, roraimense. Identifico desta forma para entenderem o densenrolar da história.

Sem entender o motivo do “privilégio”, questionou por que era necessário a identificação só dos dois homens, já que, além de mais duas pessoas, havia uma criança no carro. Irritada, a policial a mandou calar a boca se não daria voz de prisão por desacato. “Eu decido a quem devo pedir documento e fique calada”, encerrou o papo e continuou seu trabalho.

Só que a nobre e eficiente policial não entendeu a preocupação de uma mãe que tomou todas as precauções devidas para retirar a documentação dela e da filha, e estranhou a “fiscalização por amostragem”, seletiva, pífia, e até discriminatória, no entender dela.

A preocupação dela que deveria ser a de todos é a fiscalização de controle de entrada e saída de pessoas no território brasileiro, que deveria ser feito de maneira efetiva, está baseada em julgamentos pessoais e critérios subjetivos.
É importante frisar ainda que Roraima é considerada hoje rota internacional do tráfico, não só de drogras mas de pessoas. Por isso, sou solidário a inquietação da amiga e me preocupa saber que nossas fronteiras está entregue a esse tipo de profissional que julga ter poderes, porque não dizer paranormais, para identificar possíveis suspeitos à primeira vista.

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*Silvio Souza é jornalista e colabordor deste blog. (silviosouza_23@hotmail.com)

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