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12 de fevereiro de 2010

MUITO SOM E CONSCIÊNCIA


ÁGIL - Nas correrias da vida de artista e produtor cultural, o curador da mostra de música do Encontro da Nova Consciência, Arthur Pessoa, fechou parceria com uma associação que tem mais de 40 festivais sendo realizados anualmente no Brasil. | imagem: Augusto Pessoa

VALDÍVIA COSTA

Durante um carnaval diferente, sem a obrigação do frevo ou do axé, uma mostra de música ganha corpo dentro do maior evento macroecumênico, filosófico, ecológico e artístico do Brasil, o 19º Encontro da Nova Consciência. Uma parceria com a Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) e a prospecção pra um Festival Nova Consciência são as novas desse ano. Articuladas pelo curador da mostra, Arthur Pessoa, as novidades vão abrir caminhos.

Depois de passar por um formato bem enxuto, a mostra musical da Consciência começa a dar visibilidade ao som paraibano. Das 10 bandas apresentadas este ano, metade é do Estado. Mostra que temos na Paraíba um cenário com bastante oferta. É tanto que Arthur produziu recentemente para o Exterior um CD com 20 trabalhos do Estado, consolidados no cenário nacional, e já pensa em fazer outras coletâneas com mais artistas.

E o mercado da música, como tem visto a Paraíba? Será que temos figurinhas pra barganhar a permanência na música independente? Essas e outras questões foram respondidas por Arthur, que tem experiência de produção, como músico também, da Cabruêra. Ele é a Paraíba no Exterior e num circuito com mais de 40 festivais no Brasil.

De acordo com " - Há quanto tempo você faz a curadoria de música do evento? Como você realiza esse trabalho, que critérios de seleção de bandas foi criado e quantos trampos do cenário nacional e internacional você já conseguiu trazer para Campina Grande-PB, incluindo as desse ano?

Arthur Pessoa - A mostra de música do Encontro existe a cerca de 10 anos e eu faço a coordenação musical nos últimos seis anos. A ideia é sempre trazer grupos que já têm uma história e discografia construida e que foram reveladas dentro do cenário musical nacional. São grupos que já estão na estrada há um bom tempo, mas muitos nunca tocaram no Nordeste. Da mesma forma que o público campinense nunca teve oportunidade de assitir a um show de muitos desses artistas. Junto às novas atrações temos sempre shows de artistas locais, que já possuem um público cativo não só na Paraíba, mas também fora dela. Então, o Encontro funciona, ao mesmo tempo, como uma vitrine para artistas pouco conhecidos e espaço reservado a quem vem se destacando no cenário nacional. Acredito que mais de 100 artistas já passaram pelo palco do Encontro nesses 10 anos. Destaco o Think Of One (Bélgica) e o Nation Beat (EUA), além do Móveis Coloniais de Acajú (Brasília) e o Cabezas de Cera do México, que tocará esse ano.

" - Depois de uma história de quase 20 anos na cidade, o Encontro da Nova Consciência vai ter um festival de música filiado à Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin). O que isso significa em termos econômicos e culturais? Como era a mostra antes dessa parceria e no que ela se transformará?

AP - Acho que a filiação do Encontro na Abrafin é um passo muito importante. Primeiro porque o festival vai passar a ser muito mais conhecido dentro de uma rede que já integra os principais festivais do Brasil. E segundo porque isso trará uma maior profissionalização para o festival, dando um suporte maior na produção em vários sentidos. Desde a possibilidade de trazer mais e novos artistas do cenário musical independente até as novas parcerias que poderão se realizar, tanto com a iniciativa pública como a privada, e que serão de extrema importância para o fortalecimento do Encontro.

" - Você comentou que, através dessa parceria, surgirá um novo festival da Abrafin em Campina Grande-PB, o Festival Nova Consciência, que somará os 45 da Associação espalhados pelo Brasil. Como ele será realizado, com que recursos e pra quantas bandas? Além dessa boa nova, mais alguma alegria será proporcionada à população campinense através dessa parceria?

AP - Isso ainda é uma ideia em estado embrionário, mas que pensamos muito em concretizar. Ainda não temos um número preciso de bandas nem orçamento previsto pra isso, porque ainda é muito cedo. Mas a intenção é fazer um festival de música maior, com mais artistas, porém mantendo essa filosofia de mesclar artistas novos com outros consagrados do cenário musical nacional. Nesse sentido, o suporte da Abrafin será fundamental para a visibilidade do festival num âmbito nacional e internacional.

" - Com essa iniciativa de ingressar no associativismo, a mostra de música da Nova Consciência e o novo festival da cidade ficarão mais robustos, com mais trabalhos sendo vistos? Mais iniciativas públicas, associativistas ou independetes poderão surgir na música a partir dessa parceria?

AP - Com certeza. Estamos trabalhando pra isso, no sentido de buscar novas parcerias e poder realizar um festival forte, consistente e artísticamente rico e diverso, onde todos sairão ganhando. Os artistas, que poderão ter mais uma grande vitrine pra mostrar o seu trabalho, e o público, que terá oportunidade de conferir ótimos shows. Além das empresas e iniciativas públicas, que terão suas marcas associadas a um festival que preza pela diversidade musical e artística, procurando sempre contribuir para o desenvolvimento cultural da nossa região. Hoje temos coletivos como o Na Tora em Campina Grande e o Coletivo Mundo em João Pessoa (que inclusive faz parte também da Abrafin com o Festival Mundo), que são frentes fundamentais para o fortalecimento da cena independente no Estado. E que estarão somando junto aos artistas e produtores no sentido de fortalecer a relação entre todos os envolvidos na cadeia produtiva da música paraibana.

" - Como artista e produtor cultural que tem conhecimento do mercado mundial e noção da responsabilidade que é ser músico universal hoje em dia, fale um pouco sobre a cena musical paraibana e o que poderá acontecer nela nos próximos anos. O mercado independente crescerá? Quantas bandas existem aproximadamente na Paraíba?

AP - Não sei precisar o número de bandas na Paraíba, mas posso garantir que são muitas, dos mais diferentes estilos, e de alto nível musical. Os artistas estão procurando se profissionalizar cada vez mais, tomando conhecimento de frentes fundamentais como os coletivos e associações. Acho que vivemos um momento importante, onde a internet surge como uma ferramente fundamental para os artistas, criando possibilidades de difusão cada vez mais abrangentes e acessíveis. Vejo com bastante otimismo os próximos anos, com muitas bandas se destacando no cenário nacional e interncional. E com um interesse do mercado cada vez maior nos nossos artistas. Realizamos o projeto Brazil More Than Samba: Sounds from Paraíba, levando a música de 20 artistas da Paraíba para as principais feiras de música do mundo, como a Midem na França e da Womex na Dinamarca, e fomos muito bem recebidos. Nos próximos meses daremos início a continuidade desse projeto com o Brazil More Than Samba 2. Agora com a intenção de fazer um box com 5 discos, com a participação de 50 artistas dos mais diferentes estilos, com a mesma intenção de difusão no Exterior, procurando criar essa plataforma de exportação para os artistas da Paraíba.

SHOWS NOVA CONSCIÊNCIA 2010 - a partir das 22h00

Dia 12 (SEXTA)
BNEGÃO SOUND SYSTEM (RJ) | BURRO MORTO (PB)

Dia 13 (SÁBADO)
TOTONHO E OS CABRAS (RJ) | TONINHO BORBO (PB)

Dia 14 (DOMINGO)
PATA DE ELEFANTE (RS) | SEX ON THE BEACH (PB)

Dia 15 (SEGUNDA)
CABEZAS DE CERA (MÉXICO) | PROJETO BINÁRIO (PB)

Dia 16 (TERÇA)
OS THE DARMA LOVERS (RS) | CABRUÊRA (PB)

2 comentários:

Toninho disse...

Na mais alta responsa!
è isso aí, temos uma nova configuração na música brasileira e a Paraíba já norteou seu rumo.
A vcs grande abraço.

Ravel _ Monteiro - PB disse...

a~e Val blz???

pô tava doido pra ir o encontro da nova consciencia mas tava um liseu da porra...rs...se tu tivesse me avisado teria te enviado material do festival que rolou aqui... vou linkar esse blog teu pra sempre q possivel tá acessando... chero pra tu...Ravel