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29 de julho de 2010

A CABRUÊRA DAS ARTES VISUAIS


IMÃ - As artes se atraem: música festeja a nossa cultura popular e as artes visuais enfeitam o som com uma coroa imagética de sentidos. | imagem: site Cabruêra

VALDÍVIA COSTA

Misturar contornos artísticos num único produto cultural material é uma vertente que os profissionais mais antenados estão seguindo à risca. O novo site da Cabruêra, que apresenta o quarto CD do grupo, o Visagem, chegou para mostrar esse total entrosamento com a arte visual. Logo na home, o internauta vê os cabras (atualmente, Pablo, Leo, Edy e Arthur) transformados em bonecos. Mas não é de agora que conceitos artísticos acompanham os CDs, impressos, páginas e produtos da Cabruêra.

Não conseguimos descobrir ainda que tipo de arte foi feita no site, mas lembra a técnica conhecida como stop-motion. Embora a Oba! Multimídia, que bolou o site, tenha explicado por alto que os bonecos não foram construídos e sim elaborados a partir de um programa de computador. Isso é até um pretexto para entrevistarmos os artistas multimídias responsáveis por esse e outros trampos legais, não é verdade?

O CD Visagem, que foi fruto de uma projeto de lei de incentivo à cultura da Patrobras, e os três outros trampos anteriores da banda, dialogaram com outros recursos artísticos para adornar na música belezas como a fotografia de Augusto Pessoa. O grupo que mais representa a Paraíba nacional e internacionalmente foi um dos primeiros a mostrar, através de imagens, além de sons, a cultura popular nordestina em sua poética identidade.

O primeiro CD do grupo (2000) trouxe uma das primeiras imagens da pifeira Zabé da Loca, do Cariri paraibano, na época com 76 anos. A foto é de Ricardo Peixoto (Ensaio) e retrata os pés rachados de uma artista idosa, porém guerreira encatada de pedra e pífano. As artes dos cabras andando entre edifícios é do antigo integrante baixista, Orlando Freitas, que retratou cabras populares, porém urbanos.

Já o segundo CD da Cabru, O samba da minha terra (2002), explora a arte visual do Augusto Pessoa, fotógrafo de expdições internacionais e turismo que sempre está junto do som paraibano. A imagem da capa é uma oleira mostrando as mãos calejadas pela argila. Com ângulo de cima pra baixo, temos a nítida sensação do barro secando, formando casca nas mãos da mulher do Quilombo do Talhado (PB). A arte é do Tangerina Design e foi nela que surgiu a logomarca da Cabru, uma cabecinha com chapéu de cangaceiro, retratando o conceito da banda.

O terceiro álbum, Sons da Paraíba (2005), foi produzido pelo estadual Fundo de Incentivo à Cultura (Fic) Augusto dos Anjos e tem o primeiro experimento visual mais elaborado, com técnica de desenho e um projeto gráfico. O autor da arte gráfica foi Sérgio Melo, o ilustrador foi Ely Fly, que trabalhou o desenho sobre fotos de Augusto Pessoa. Nesse trampo, ainda teve o toque artístico do web design Sóstenes Lopes. Entendemos que o menininho sorridente na capa é a alegria dos sons cabruerais.

Vamo curtir? - O show da banda no Festival de Inverno de Campina Grande é amanhã, dia 30, na Praça da Bandeira, a partir das 18h00.

Stop-motion - Segundo o blog Pandora, o termo stop-motion quer dizer: stop = parado + motion = movimento. É uma técnica de animação que se fotografa objetos, quadro a quadro. Basta utilizar uma câmera, uma filmadora ou desenhos (papel ou computador) pra filmar e pausar. Muda-se os personagens de lugar e solta-se a tecla de pause. A Fuga das Galinhas, por exemplo, foi feito assim.

4 comentários:

Anderson Ribeiro disse...

Muito bom. Entrevista os caras da Multimídia, vai ser bem legal. O ângulo da fotografia de cima pra baixo é plongê (escrito aí aportuguesado, hehehehe). Na verdade é um termo de cinema plongê - de cima pra baixo; contra-plongê - de baixo pra cima; travelling, quando a câmera passeia...) É isso aí.

Margot Félix disse...

Gosto muito de ver como essa banda, que acompanho desde seu comecinho, está evoluindo. Hoje eu sinto a banda bem mais madura e profissional. E a tendência é crescer ainda mais.
Vida longa à Cabruêra e bora pro show que vai ser joia!

De acordo com disse...

Ixi! Adorei a explicação professor Anderson! Isso foi até uma coordenada da 'matéria'. "... se todos (os internautas) fossem no mundo iguais (e interativos) a você..."

Mag valeu pela visita, já estou te seguindo p voltar no teu blog em breve! =)

Anônimo disse...

Por favor, Val! Entrevista aos artistas que fizeram o site urgente!

Quero entender tudo ... como explicar as sombras dos bonecos se não há bonecos???

Que lindo isso!

ADOREI!

vida longa a todas as artes artistas envolvidos!