11 de agosto de 2010
INDEPENDENTE
SOLTA - Quando a arte ganha pernas e corre mais livre, mais leve, menos contaminada. | imagem: Cybergarrafa
VALDÍVIA COSTA
Desprender do caos. Encontrar casulo oco no meio do mato ou da praia ou da floresta e viver. Hoje é trabalho. Preso a uma corrente de ilusões que enfeitam um céu estrelado de medo. Receios destrutivos causam confusões e, consequentemente, comodismo. Vejam os artistas. Inspirem-se. Suspirem... Não há coragem de ser. As asas até que servem, mas a covardia reina. Por enquanto, já que a independência está no mesmo rumo do foco.
Sopros frios desconfiados passam pelos ouvidos. São as vozes paradonas dos que não introjectam novos paradigmas, dos que esperam a vida monocromática ou padronizada, igualzinha a que se leva quando se está como estamos, preconceituados. Dar moral a novas práticas, só quando elas bem se encaixam nos conceitos econômicos. Por isso, a arte enclausurou-se. Muitos se recusam a atuar com patomimas de mercados viciados e partem pra um horizonte quase invisível de produção solo.
E não pensem que eles não constroem seus negócios. Aliás, essa força por fora de uma sistemática premoldada de comércio livra a arte de ser um enfeite de canto de parede. Então, nada melhor do que revesti-la de autoralidade, com seus próprios cuidados, alavancados pelos sonhos, muita vezes desacreditados, mas sempre transformados em beleza, no fim das contas. Gera-se uma nova economia cultural e um novo artista.
A esse movimento chamado Contra-Indústria nos unimos, apoiamos, devoramos e difundimos. E o que vem a ser isso se não "um universo de procedimentos, táticas e técnicas de produção de cultura que vêm sendo colocados em prática nos últimos anos pelos autoprodutores", como bem definiu Makely Ka.
Esse estado de incerteza vai dicipar-se. Esse conceito precisa ser absorvido como a uma sopa quente e gostosa, acalentadora do mal-estar causado pela fome e pelo frio. Caminhemos em busca desse alimento! Tão necessário a um estado de liberdade, o termo independência é um dos favoritos do ser humano. Não há quem não queira voar. A arte voa mais tarde que os outros pássaros. Um dia, ela riscará uma nuvem e se autofixará nela.
VIDEOCLIPE PRODUZIDO POR ALUNOS DA UFCG E ARTISTA
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4 comentários:
tudo aqui é lindo e bem feito, Val! de acordo com o capricho. parabéns :)
Vlw, Cassandra! :D
Oi Val,
Obrigado pela re-postagem do texto sobre a FENAJ.
Gosto muito dos seus textos telúricos, como esse dai de cima! Tá na hora de rodar um livrinho básico com coisas assim!!
bjos
É, Dalmo... realmente, já temos bastante coisa no arquivo. Andemos... ;)
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