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9 de setembro de 2010

VERDES PACIFICADORES

INDEFESOS - Numa guerra diária contra os sacos plásticos, castores transformam inimigos em aliados. | Angeli: Antes que a natureza morra

VALDÍVIA COSTA

Muitas são as formas de contribuir para o fim do mundo. A nossa relação com a água, por exemplo, é de extravio e desmedidas que nem notamos. Desde pequenos aprendemos coisas inúteis que geram grande consumo de água. Lavar a calçada, o carro, uma casa, sofás e até telhado (vê!) são atividades, além de obsoletas, desnecessárias. Mas em qualquer lugar que se vá, as pessoas esquecem a torneira ligada. O dia inteiro desperdiçando ouro...

Usar sacolas plásticas é um tiro de canhão que derruba qualquer tartaruga viajante ou baleia tragadora de água. Parece que todos os sacos acabam em alto mar. O saco passa um tempo no lixão, depois sai pra algum lugar, pelas mãos ou pelo vento, e aterrissa onde correntes de ar são constantes, fortes e transportadoras de coisas leves, como os sacos nas praias.

Praias são lugares repletos de pessoas. Gente que leva, no mínimo, uns dois sacos pra o litoral. Duas sacolas vezes mil visitantes diários, em média, dá dois mil sacos boiando da segunda pra terceira camada de água salgada do mar. Esse lixo plástico se mistura com os bichos, plantas... tartarugas 'pensam' que são águas-vivas, comem... e os sacos continuam chegando ao fundo do mar, se enroscando nas carcaças de navios naufragados.

De onde vem nosso amor pelo saco plástico? Dos supermercados. Eles nos viciaram... Tal qual noiados (viciados em crack), pensamos que estamos recebendo um presente do dono do supermercado ao nos degladiarmos com os atendentes por causa dos sacos. "Coloque mais três sacolas, por favor, meu filho, que esses sacos são muito fracos", diz a senhora que não confia num único saco pra carregar cinco ou seis itens do mercadinho.

tartarugas: Terapias complementares
Não é a toa que muitos atendentes de supermercados estão passando por clínicas de recuperação para quem lida com viciados em sacos. Eles não acreditam quando pedimos pra colocar as compras numa eco bag (nome fashion para sacola de pano). "Vou colocar num saquinho pra separar os frios, viu?", pergunta o embalador, que logo é interrompido pela defensora do planeta: "não! Quero tudo soltinho aí dentro da sacola de pano!"

Em meio a tanta gente louca que quer destruir o planeta, mas acha que está apenas comprando, satisfazendo um desejo inacabável que é o de consumir desenfreadamente, precisamos estar atentos para não nos tornarmos maus. Catamos uns testes que confirmam se somos assim, sujeitos anti-sustentáveis.

carro: Galiza
A revista Planeta Casa apresenta dois testes, um que mede o impacto de sua casa ou obra no meio ambiente; e outro que investiga quanto você gasta de água, será que dá para diminuir o consumo?

A Pegada Ecológica foi criada para nos ajudar a perceber a quantidade de recursos que utilizamos e quantos planetas Terra são necessários para o nosso padrão de consumo.

A Pegada Ambiental é a medida de quanto cada pessoa polui o planeta. Em geral, o termo é usado para descrever quanto CO2 uma pessoa libera com a queima de combustíveis fósseis num ano. A medida é feita em toneladas de metro cúbico de CO2.

A Conservação foi criada para nos ajudar a perceber a quantidade de recursos naturais que utilizamos para suportar o nosso estilo de vida. Isso inclui a cidade e a casa onde moramos, os móveis, as roupas, o transporte, o alimento, o que fazemos nas horas de lazer, entre outros hábitos.

Um comentário:

Toninho disse...

É de fato lamentável o modo como o consumo devora a vida.
Não existe mais volta...