ÁGIL - artista em catarse ao tocar o baixo, que sempre fixa-a no chão, depois de soltar uma voz quase pena, num misto de agilidade e leveza visto em poucos. | imagem: site Esperanza |
Temos ótimas surpresas musicais ainda hoje. Daquelas que estão despontando, com dois ou três anos de estrada... o tipo de trampo que a gente escuta e diz: "é bom!", mas com curiosidade pra investigar se não passa de uma falsa impressão. Algo assim aconteceu conosco ao nos depararmos com esse som, um jazz feminino. Esperanza Spalding é o nome dela, a singular. Além de criar essas sonoridades encantadas, ela também inova no visu, ao tocar (bem tocado) um baixo acústico e cantar.
Seu álbum de estreia só foi lançado a três anos. A partir dele, o homônimo, Esperanza ficou conhecida principalmente como uma jazzista. Os coroas dessa área a respeitam, apesar dos seus 25 aninhos. Ela também se sente honrada em fazer parte dessa tradição rica. Mas a cantora, instrumentista e compositora, diz que tem inúmeras outras criatividades que vai mostrando ao longo da vida.
Apesar dela tocar jazz, sua maior inspiração vem da música clássica, acreditando ser o fascínio pelo conceito de obras que a faz reproduzi-las e vivê-las entre amigos. "Afinal, a música de câmara foi feita para as massas quando surgiu, devido quase todos os segmentos da sociedade poderem encontrar significado e relevância", lembra. O trabalho Chamber Music Society recria esse mesmo tipo de nexus cultural com um lugar onde os conhecedores de música em geral podem se encontrar.
Essa genialidade musical é dividida entre um grupo de artistas que acompanha Esperanza. Seu co-produtor do projeto foi vencedor do Grammy, o compositor e arranjador Gil Goldstein, que já trabalhou com alguns dos mais promissores artistas de jazz das últimas décadas. O pianista Leo Genovese, o baterista Terri Lynne Carrington e o percussionista Quintino Cinalli fazem o meio-campo. E o trio de cordas são os violinistas Entcho Todorov e Lois Martin, e o violoncelista David Eggar.
O brasileiro Milton Nascimento faz uma aparição numa faixa desse CD. Segundo Esperanza, ele foi um dos heróis musicais dela por muitos anos e esse amor é revelado numa simples frase da artista: "ele representa Tudo o que eu gostaria de atingir musicalmente". O respeito que a cantora deposita no brasileiro Milton vai além de qualquer estrelato. "Todos nós queremos ouvir a sinceridade, a originalidade e a verdade na música", reflete, apontando-o como mestre.
Discografia
2010 - Chamber Music Society |
Apoiado pelo baterista Terri Lyne Carrington e pelo pianista Leo Genovese, além de inspirado pela formação clássica dos seus anos mais jovens, o atual CD de Esperanza cria um grupo de música de câmara moderno, que combina a espontaneidade e a improvisação com o doce e angular string trio de modalidades. O resultado é um som que tece os elementos inovadores da música jazz, folk e mundial em fundamentos duradouros da música clássica.
2008 - Esperanza |
Armado com estranho instrumental, uma voz de sirene que abrange três línguas, e composições e arranjos das habilidades que tecem juntos os melhores elementos da velha-escola com a progressiva, este é o álbum de estreia que adota uma abordagem completamente nova e refrescante do jazz. O CD ainda incorpora as ricas tradições do soul, pop, música do mundo e muito mais.
2005 - Junjo |
6 comentários:
Isso é sonzera demais...
É bonito ver o desprendimento profissional e a objetividade. Sem questionamentos do que está por trás e que catapulta esse grande talento.
que coisa linda... canta tao bem que nem liguei pro sotaque!
Que lindo!
Muito bom... linda música e belíssima voz!
Valeu.
Obrigada aos amigos pelos aplausos... rss para esta negra chamada Esperanza. Aos dois blogueiros, bem-vindos a uma rede viva e comunicativa. Vamos circular a opinião!
Presente para os ouvidos e para o coração!!!
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