seguidores

7 de setembro de 2011

FUSIONADOS



"A felicidade é meu consumo quem consome..." - Toninho Borbo | imagem: Betesda do Uirá

# A questão da identidade cultural não explica para onde vamos, mas não fica difícil saber se olharmos bem nossas relações com os outros e com o planeta. Stuart Hall bem definiu:

As velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio. Novas identidades estão surgindo, deixando o indivíduo moderno fragmentado.

Como eu fiz meus primeiros amigos? Tínhamos compatibilidades nas brincadeiras, nos gostos... Mas é. Ele tem razão... Hoje, as relações são descartáveis. Os sentimentos são farelos que se descascam do Ego, pedras soltas do mundo.

Fotografei meus amigos na memória. Revendo-os, às vezes, nas lembranças, percebo que uma amizade só dá certo quando há um interesse maior ligando duas pessoas. Só há relação quando a troca se acentua antes. Isso parece comum, como nos casamentos antigos.

Geralmente, o dinheiro tem servido como intermediador nessa relação delicada entre o homem e a cultura. O status do Ter é imperativo que se joga na cara das pessoas... elas trocaram seus sentidos todos por um único significado de viver.

Sinto até saudade da modernidade. Especialmente quando lembramos que somos peças encaixáveis em qualquer tabuleiro em troca da imagem que tudo deve expressar. Na pós-modernidade somos fantoches, seres articulados por mãos hábeis. Segundo a segundo, diferentes situações.

Saltitantes, procuramos aparição midiática com o conteúdo que for passando no juízo. Identidade híbrida é um penteado punk (que foi símbolo de muita irreverência no distante século XX), na cabeça de um jogador de futebol. Ou tatuagens, signos tribais urbanos, em cantores sertanejos, que têm suas raízes no campo. Ah! Universitários... Assim: nada contra, só exemplificando.

O que eu falo condiz com a nossa realidade coletiva diária. Nossos diálogos são pautados pelas posses. Mas passamos, nos apossando dessa viela entre as calçadas do analógico e do digital. Quando não se tem ineditismo, o sujeito se torna arquiteto do blefe.

#valdíviaCosta (baseado em leitura de Stuart Hall, no livro A identidade cultural na pós-modernidade - 11ª ed.; 2006)

5 comentários:

xistosa, josé torres disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
xistosa, josé torres disse...

A identidade cultural?
Lembro-me de há cerca de 50 (cinquenta) anos se colocar esse problema.
O mundo está sempre em transformação e os valores de antanho não se podem transportar para a actualidade.
Já se falava em sentimentos e nesses jogos de interesses que suscitavam e continuam a suscitar, profundas meditações.
Sempre existiu o que nos é aprazível e o que detestamos.
É verdade que não podemos renegar a actualidade, mas temos que "actualizá-la" no contexto do nosso tempo.
Bons tempos ou maus, somos nós que os construímos e portanto são a nossa indicação, na "nossa" modernidade.
Não aquela luz que alguns dizem que nos ilumina, mas antes o 6º ou 7º sentido de cada um.(E existe o vulgar 6º sentido. O 7º, só está ao alcance de quem "aprecia" o ar que o rodeia).
Talvez os espelhos, leia-se rádios, televisões e jornais, sejam diferentes e mostrem uma imagem distorcida, mas se olharmos o âmago do que nos rodeia, vamos verificar que há 50 anos, já se escrevia e dizia o mesmo.
Talvez o tempo seja um mutante.
Por outras palavras e frases... mas que convergem sempre na vaidade do ego de cada um.
E por que não no meu também?

Cumprimentos e uma boa semana.

Dalmo Oliveira Silva disse...

Showdi

Bom demais: thanks!

Toninho Borbo disse...

Hummmm... Ficou bacana este texto.
Muito bom amore!

Regina Porto disse...

Gostei muito de seu blog. Parabéns por ele.
Regina
www.livroerrante.blogspot.com