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20 de dezembro de 2010

'QUEBRA-NOZES' NA PARAÍBA



FLOCOS - Parte encantada do espetáculo, quando os flocos de neve entram em cena. | imagem: divulgação


Viver numa cidade que dá crias artísticas é privilégio que só não comemoro esfuziante porque ainda notamos a produção local com dificuldades em circular. A arte é para uma elite. E que bom ainda termos isso! Pois, se a iniciativa privada fizesse o que vimos semana passada com mais frequência, o aparato artístico na dança poderia ganhar novos olhares na Paraíba. 

Para produzir "Clara e o quebra-nozes", espetáculo do russo Tchaikovsky, ballet do século 19, que se passa na casa de Clara numa noite de Natal, o Palácio das Artes Suellen Caroline investiu e teve repercussão do público.

Dirigida pelo experiente bailarino Romero Motta, da Mah Cia. de dança, que representou a Paraíba na Europa na dança contemporânea e agora é professor de ballet clássico, o trabalho tem dois atos, dura mais de duas horas, mas não desanima quem assiste. Mesmo com uma produção abalada por uma tragédia que ocorreu com um dos funcionários do Palácio na primeira noite de exibição, o espetáculo aconteceu na sexta-feira passada e lotou de pessoas atentas. 

O enredo é simples de ser compreendido. O espetáculo conta uma história de fantasia e magia, típica do romantismo, que narra as aventuras de um quebra-nozes de aparência humana, vestido como um soldado, mas que tem as pernas e a cabeça de tamanho desmensurado. A escola de ballet pegou o corpo de mais de 50 alunos, da primeira até a última série, e montou o show com um enorme figurino.

Esses alunos, muitos deles, são de comunidades carentes, que ganharam bolsas de estudo para dançar. Que bom que a cidade está empenhada em apoiar outras artes clássicas, criando essas oportunidades de inclusão numa área que é mais comum se destacar pelo folclore das danças populares. Até meninos estão se aproximando do ballet clássico com esses estímulos.

Ainda é pequena a participação deles, mas os homens são importantes parceiros nessa dança que, muitas vezes parece feita para a silhueta sinuosa feminina, mas que cai bem mesmo com a firmeza e o equilíbrio masculino. Por enquanto são apenas quatro alunos homens num mar de meninas oriçadas, mas disciplinadas. Eles são comprometidos, com movimentos suaves sincronizados e, ao mesmo tempo, com a força dos músculos que começam a se talhar na adolescência. Lindo como a dança!

Enredo - A protagonista, Clara, gostava tanto da sua aparência que o pediu como presente de Natal ao seu padrinho. Assim, o padrinho Herr Dosslmeyer disse: "Era precisamente para ti". Logo em seguida, Clara experimenta-o e vê que ele quebra as nozes sempre sem perder o seu sorriso e também com grande eficácia. 

Seu irmão Fritz, que tinha visto o funcionamento do quebra-nozes, também quis usá-lo, mas escolhe as nozes maiores que havia no cesto. Então, o quebra-nozes, sendo usado grosseiramente pelo irmão dela, acaba tendo um de seus braços quebrado. Diante das reclamações da pobre Clara, seu pai, o juiz Stahlbaun, entrega à filha o seu quebra-nozes, tendo Fritz que sair para brincar com brinquedos.

Logo em seguida, Clara pega no chão o braço de quebra-nozes e o consola, abraçando-o até que ele durma, e ela mesma também acaba dormindo. Clara então sonha que volta ao esconderijo onde havia colocado o seu quebra-nozes, mas encontra o salão cheio de ratazanas enormes que o seu padrinho Dosselmeyer criou. A casa desapareceu e no lugar onde ficavam os móveis estavam árvores.
 
Melhor assistir o espetáculo do que ler o que vai acontecer com o restante da história.

SERVIÇO:
O quê: "Clara e o Quebra-Nozes"
Quando: amanhã, dia 21, auditório 2  
Onde: Palácio das Artes Suellen Caroline, bairro Catolé
Que horas: às 19h30
Investimento: R$ 10,00 

valdÍvia cOsta

2 comentários:

toninho disse...

Fui lá conferir...imbuido de ideas pré concebidas, de cara achava q seria mais uma confraternização de final de ano. No decorrer do espetáculo me pego surpreendido com a produção e o nível que a mulecada dançava. Muito bom!!!

De acordo com disse...

É, Toninho, precisamos desse espetáculo no Festival de Inverno 2011. 0/