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16 de março de 2011

INVEJOSOS

AUTOR - Nada de dramatizar a vida com seriedade. Este parece ser o lema do Hessegé, que tem formação clássica em La Cambre Academia de Artes. Defensor da ironia e irreverência na pintura. | imagem: Hessegé

# Sinto tua inveja fedorenta virando meu complemento, minha salada de folhas podres. As tuas investidas fracassam porque eu também o admiro e queria que nada desse certo na tua vida antes que, na minha, isso já fosse fato.

Das vezes que desejasse algo meu não fui tão cego que não tenha notado, mesmo que de soslaio. Apenas não pronunciei o que catei com esses olhos que tanto consideras fechados. Passei cabisbaixo e julgasse que era submissão. Engano ou desvendamento?

Agora surjo, quase em alto-relevo, no teu medo. Levantando um pé, engigantecendo meu tamanho real com a tua insegurança bailarina, rodopiante, de um braço só, eu esmago teu equilíbrio de tripé manco.

Apesar de pequeno, inseto chistoso, tua picada irrita. Verme... só ameaças uma maldade que desejas executar, mas a covardia o rende. Ficas na parede. Meia face oculta, meio sorriso mordaz. Das negações levas rajadas em chumbo de ira e pousas ao lado da pia de pratos ou do lixeiro.  

Tenho algo mais pra ti, além desse rancor seco de perdão perdoado. Um presente pelo passado em carne viva... Escolhe teu suvenir no sanitário, já que nem vales nada, nem nada sou pra ti, azeda obscuridade.

#valdívia costa

2 comentários:

Mabel Dias disse...

o blog é massa!!! sou fã!! vou colocar este seu texto em meu facebook, viu? xero!

De acordo com disse...

Valeu, Mabel! Pode usar sim, o texto. ;) Em breve essas crônicas mais humanas viararão um e-book. Bjs!